Mercedes Wedaa trabalhou na residência do bilionário entre 2019 e 2020
O CEO da Amazon e segundo homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, se tornou alvo recentemente de uma ação judicial por discriminação racial. A acusadora é uma ex-empregada doméstica de ascendência hispânica, Mercedes Wedaa.
Segundo relatado pela mulher, que trabalhou limpando a casa do bilionário entre 2019 e 2020, ela foi submetida a uma série de abusos durante o emprego.
Conforme repercutido pelo The Guardian, Weeda afirma que não havia uma sala dedicada para que ela e outros funcionários de limpeza fizessem refeições, de forma que a equipe frequentemente almoçava na lavanderia.
Já quando a família de Bezos estava em casa, a rotina de trabalho se tornava particularmente extenuante, de forma que a mulher por vezes tinha expedientes entre 10 e 14 horas diárias, sem tempo para almoçar ou descansar.
Outro problema seria o acesso ao banheiro, já que a doméstica era proibida de entrar na casa do CEO da Amazon quando não estivesse fazendo faxina.
Por cerca de 18 meses, para usar um banheiro, [a] demandante e outras empregadas foram forçadas a sair pela janela da lavanderia para o lado de fora. Em seguida, corriam pelo caminho até a sala mecânica, pela sala mecânica e desciam até o banheiro”, descreve o processo.
Essa distância toda teria feito com que a equipe não pudesse aliviar suas necessidades adequadamente, segurando-se por longos períodos, o que teria levado tanto Weeda quanto suas colegas a desenvolverem infecções urinárias frequentes.
Por fim, a mulher alega ainda que, embora o bilionário fosse "agressivo e abusivo" com seus funcionários de origem hispânica, se mostrava "respeitoso e educado" com os jardineiros, que eram brancos.
Os advogados de Jeff Bezos, por sua vez, afirmam que o relato da doméstica não é embasado na realidade.
Investigamos as alegações e elas não têm mérito. Wedaa ganhava mais de seis dígitos por ano e era a principal governanta. Ela era responsável por seus próprios intervalos e refeições, e havia vários banheiros e salas de descanso disponíveis para ela e outros funcionários. As evidências mostrarão que a Wedaa foi encerrada por motivos de desempenho", apontou Harry Korrell, um dos representantes legais do fundador da Amazon.
O profissional ainda sugeriu que a mulher teria entrado com a ação judicial após se mostrar insatisfeita com seu acordo de rescisão. A acusação de discriminação baseada em raça ou país de origem, por sua vez, foi descrita por Korrell como "absurda", ainda de acordo com o The Guardian.