O país diz que não reconhece a nacionalidade do americano-iraniano, que cruzava ilegalmente a fronteira ocidental
Larissa Lopes, com supervisão de Alana Sousa Publicado em 27/01/2021, às 09h00 - Atualizado às 09h30
Na última semana, a mídia iraniana comunicou que o empresário Emad Shargi, de nacionalidade americano-iraniano, foi preso por tentar deixar o Irã de forma ilegal. Segundo a BBC, essa atitude do país tem se tornado comum nos últimos anos, já que vários cidadãos com dupla nacionalidade e iranianos com residência permanente nos Estados Unidos foram detidos, sendo todos acusados de espionagem.
O porta-voz do Judiciário iraniano, Gholamhossein Esmaili, disse que a lei não valida a dupla nacionalidade, e que Emad Shargi “estava em liberdade sob fiança”. Além disso, afirmou ainda que Shargi já havia enfrentado acusações de espionagem e “coleta de informações para países estrangeiros".
De acordo com a agência de notícias Iran's Young Journalists 'Club (YJC), Shargi teria sido condenado a 10 anos de prisão por "espionagem e coleta de inteligência militar". Contudo, conseguiu liberdade sob fiança.
A família de Emad Shargi disse à NBC: "Nós apenas oramos por sua saúde e segurança. Já se passaram mais de seis semanas desde que ele foi levado e não temos ideia de onde ele está”. Já um amigo de Shargi contou que ele foi condenado sem direito a julgamento.
Diplomacia EUA x Irã
O caso de Shargi e a resistência do Irã a outros cidadãos com dupla nacionalidade pode prejudicar os planos de Joe Biden, presidente dos EUA, para firmar acordos e exercer a diplomacia.
Biden disse que está aberto a renegociar o acordo nuclear com o Irã — o que Trump tentou fazer —, com a condição de que os iranianos voltem ao cumprimento total das regras.