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Notícias / Arqueologia

As impressionantes cisternas do século 1 descobertas no Egito

Estudo revelou câmaras do período greco-romano encontradas juntamente a vestígios da Segunda Guerra Mundial; saiba mais!

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 05/12/2024, às 16h00

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Uma das cisternas encontradas no estudo - P. Zambrzycki & S. Popławski, Antiquity (2024)
Uma das cisternas encontradas no estudo - P. Zambrzycki & S. Popławski, Antiquity (2024)

Arqueólogos fizeram descobertas notáveis no sítio arqueológico de Darazya, situado cerca de 100 quilômetros a oeste de Alexandria, no Egito.

Reconhecida na antiguidade como Derhis e mencionada por geógrafos como Estrabão e Ptolomeu, a área combina vestígios de um assentamento greco-romano com estruturas militares da Segunda Guerra Mundial. As escavações realizadas entre 2021 e 2022 revelaram construções importantes de ambos os períodos históricos.

Descobertas

No núcleo de Darazya estão as ruínas de um assentamento que remonta às épocas helenística e romana. Entre os achados estão três edifícios designados como Casas H1, H2 e H3. Construídas com alvenaria de entulho e argamassa de cal, essas casas seguem o estilo arquitetônico típico da época, com residências organizadas em torno de pátios centrais.

Fragmentos de altares de pedra e cornijas encontrados na Casa H1 sugerem práticas de culto doméstico. Além disso, cerâmicas importadas, como sigillata cipriota e tigelas de paredes finas, indicam conexões econômicas e culturais dos antigos moradores.

Ruínas da Casa H1

A Casa H2 se destaca por seu design mais elaborado, incluindo colunas clássicas preservadas, o que sugere uma possível função administrativa ou comunitária. A semelhança dessas estruturas com construções em Marina el-Alamein, um sítio próximo, ajudou a datá-las entre os séculos 1 e 2 d.C.

Outro achado impressionante é um par de cisternas subterrâneas, identificadas como C1 e C2. Esculpidas em calcário, as câmaras possuem cinco metros de altura e um formato quadrangular, com pilares centrais para sustentar o teto.

Revestidas com argamassa hidráulica, elas ilustram a sofisticação dos sistemas greco-romanos de gerenciamento de água, vitais para a vida em regiões semiáridas. Segundo um estudo publicado na Antiquity, “essas cisternas bem preservadas oferecem uma visão mais profunda sobre os sistemas de abastecimento de água em assentamentos dessa região”.

Registro da outra cisterna - P. Zambrzycki & S. Popławski, Antiquity (2024)

Segunda Guerra

Avançando para o século 20, Darazya também teve papel crucial durante a Segunda Guerra Mundial. O local serviu como fortaleza britânica durante a Batalha de El Alamein, em 1942.

Lá, foi encontrada uma rede de 17 abrigos subterrâneos interligados por corredores de concreto e reforçados com blocos de calcário, refletindo a engenhosidade estratégica da época.

Conservação

A Egyptian-Polish Conservation Mission está utilizando análises termográficas e de materiais para orientar a preservação dessas estruturas, assegurando sua estabilidade e acessibilidade.

Os esforços de conservação em Darazya incluem reforço de paredes, preenchimentos localizados e reconstruções parciais. Além de proteger o sítio, esses trabalhos buscam torná-lo mais compreensível para os visitantes.

Estão sendo planejadas rotas turísticas que conectam os vestígios greco-romanos à herança da Segunda Guerra Mundial, transformando Darazya em um futuro polo turístico regional.

Essas iniciativas não apenas preservam o legado físico do local, mas também promovem a educação e o turismo, permitindo que mais pessoas conheçam a rica história de Darazya.