Iwao Hakamada teria passado 45 anos na prisão como consequência de uma confissão forçada
Iwao Hakamada é um ex-boxeador profissional do Japão que passou mais de 45 anos atrás das grades em conexão com o brutal homicídio de seu chefe, a esposa dele e os dois filhos do casal. De 2014 para cá, todavia, sua imagem diante do público passou por uma mudança.
Isso, pois, na época, vieram à tona novas evidências do caso que sugeriam sua inocência. Segundo repercutido pela BBC, uma análise de DNA de rastros de sangue encontrados nas roupas usadas pelo assassino mostraram que ele não pertencia a Hakamada.
O desdobramento provocou o questionamento do processo judicial que o colocou na prisão, levantando suspeitas, por exemplo, de que os policiais teriam plantado provas contra o homem. O ex-boxeador ainda relata que foi espancado durante o interrogatório de 20 dias que terminou com sua confissão.
Assim, uma decisão judicial de 2014 revogou a sentença de morte do japonês, além de lhe permitir aguardar por um novo julgamento em liberdade.
Existe a possibilidade de que [peças-chave de] evidências tenham sido fabricadas por órgãos investigativos (...) É injusto deter o réu ainda mais, pois a possibilidade de sua inocência tornou-se clara em um grau respeitável", anunciou o juiz Hiroaki Murayama na ocasião.
Já nesta segunda-feira, 13, foi finalmente remarcado o novo julgamento de Iwao Hakamada, que já tem 87 anos.
De acordo com a família do ex-prisioneiro, as décadas que ele foi mantido no corredor da morte teriam sido passadas majoritariamente em confinamento solitário, o que ocasionou grandes prejuízos à sua saúde mental.