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Notícias / Brasil

Homem preso por suspeita de atear fogo na estátua de Borba Gato tem liberdade provisória

Ele é suspeito de dirigir o caminhão que desembarcou pneus no pedestal da estátua e espalhou as chamas junto a um grupo no sábado, 24

Wallacy Ferrari, sob supervisão de Penélope Coelho Publicado em 26/07/2021, às 09h06

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O antes e depois da estátua - Wikimedia Commons / Gustavo Vivancos (esq.) - Divulgação / Twitter / Jornalistas Livres (dir.)
O antes e depois da estátua - Wikimedia Commons / Gustavo Vivancos (esq.) - Divulgação / Twitter / Jornalistas Livres (dir.)

O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória ao homem suspeito de envolvimento no ato de incêndio ao monumento do bandeirante Borba Gato, localizado em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, durante o último sábado, como informa o portal G1.

A liberação ocorreu na tarde do dia seguinte, 25, logo após o motorista depor e ficar detido no 11º Distrito Policial desde a madrugada, quando o caminhão supostamente guiado por ele no ataque foi localizado e apreendido no município de Ferraz de Vasconcelos com a placa adulterada.

De acordo com a Polícia Civil, o ataque teria sido arquitetado por um grupo que desceu do caminhão e desembarcou dezenas de pneus que foram espalhados em volta do monumento e serviu como barreira para evitar a passagem de carros ao lado. Em seguida, atearam fogo a estátua do bandeirante por volta das 13h30.

O suspeito responderá pelo crime de associação criminosa e por causar incêndio, expondo a perigo o patrimônio de outra pessoa, e ainda deve ser investigado pela adulteração da placa do caminhão. A prisão em flagrante foi revogada pela juíza Eva Lobo Chaib Dias Jorge, que levou em conta a ausência de violência ou ameaças graves pelo grupo.

A queda das estátuas

Os ataques às estátuas não são recentes na história moderna. Com a morte de George Floyd, um homem negro que foi sufocado até a morte por um polícial nos EUA, manifestantes passaram a derrubar monumentos ligados a nomes da escravidão no país e ao redor do mundo.

No ano passado, conversamos com o historiador José Rivair Macedo, doutor em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e autor do livro História da África, publicado pela Editora Contexto, sobre o assunto. 

“Quando vemos uma estátua sendo derrubada, temos uma vontade pública que está sendo manifestada. Isso não foi iniciado pelo movimento Vidas Negras Importam, é uma forma política de se manifestar. Isso aconteceu na Revolução Francesa, quando se mudou o calendário, quando memórias do antigo regime foram excluídas e substituídas por símbolos novos; isso aconteceu na chamada Revolução Bolchevique, quando a memória do czarismo foi atacada; e aconteceu em 1992, depois do fim da União Soviética", explicou Rivair na época.

Em sua visão, o ato tem um significado direto com o que a figura representa. "O que está sendo atacado é uma noção de normalidade, é uma noção de consenso, do que é alguém ser dignificado no passado e outros nem serem considerados para tal. Então, nesse sentido, a minha opinião pessoal não é a que importa, o que importa é o significado político que está colocado aí".

Veja a conversa completa aqui.