Trabalhador vivia em barracão de madeira e tinha que beber água em rio. "[Ele tinha que] trabalhar sem descanso, todos os dias”, informou delegado
Na última segunda-feira, 13, um homem de 25 anos foi resgatado de situação análoga à escravidão em uma plantação de eucaliptos em Cunha Porã, no Oeste de Santa Catarina. A vítima vivia em um barracão sem banheiro, eletricidade, água potável e itens básicos de sobrevivência.
Um fazendeiro de 70 anos, suspeito de cometer o crime, foi preso em flagrante. Conforme a polícia, segundo relatado pelo G1, o trabalhador é oriundo do Pará, sendo contratado para trabalhar plantando mudas de eucalipto.
O acordo entre patrão e funcionário previa o pagamento de 6 mil reais pelo serviço, mas o sujeito chegava a receber apenas R$200. As autoridades informaram que a vítima vivia nesta situação desde o início de janeiro.
Também foi relatado que o trabalhador era proibido de sair da fazenda, informou o delegado Rodrigo Moura, que ainda revelou uma série de obrigações que o sujeito teria que cumprir:
[Ele tinha que] trabalhar sem descanso, todos os dias, da manhã até a noite, para pagar uma suposta dívida pela hospedagem na propriedade, num verdadeiro ciclo interminável de cobrança", apontou.
O G1 reportou que o trabalhador foi encontrado em um barracão de madeira que nem sequer estava vedado. O espaço também não tinha banheiro e não dispunha do mínimo de condições de higiene pessoal. Para que a vítima pudesse beber água, ela tinha que se dirigir até uma nascente que ficava na fazenda.
O trabalhador foi resgatado graças a uma denúncia feita pela assistência social. A vítima, emocionada, agradeceu o resgate. Ele alegou estar doente, embora seu quadro de saúde não tenha sido detalhado. As investigações ainda continuam.