Investimento de R$ 1,4 milhão viabiliza a criação de um espaço de memória e reflexão sobre os crimes cometidos durante o regime militar
A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, dará um importante passo na preservação da memória e na luta por justiça ao transformar a antiga "Casa da Morte" em um Memorial de Liberdade, Verdade e Justiça.
O imóvel, que serviu como um dos principais centros de tortura e assassinato durante a ditadura militar, será desapropriado com recursos do Governo Federal, através do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC).
O valor de R$ 1,4 milhão destinado à desapropriação foi liberado após anos de luta de diversas entidades, incluindo a Prefeitura de Petrópolis, o Ministério Público Federal e a sociedade civil. O prefeito Rubens Bomtempo celebrou a conquista, destacando a importância da união de esforços para tornar esse projeto uma realidade.
"O convênio com o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, viabilizando esse recurso para a desapropriação, é uma grande vitória, resultado de uma luta de mais de 10 anos, que uniu esforços da Prefeitura, do Ministério Público Federal e de entidades da sociedade civil" disse Rubens no anúncio.
A "Casa da Morte" foi palco de crimes contra os direitos humanos durante a ditadura militar. Depoimentos de vítimas confirmam que o local era utilizado para torturar e assassinar militantes políticos que lutavam pela redemocratização do Brasil.
Segundo 'O Globo', embora não existam dados oficiais sobre o número exato de prisioneiros que passaram por ali, sabe-se que Inês Etienne Romeu, uma das sobreviventes, ficou presa por mais de três meses no local.
Com a liberação dos recursos, o próximo passo é a emissão da posse do imóvel pela Justiça, o que permitirá o início da criação do memorial. O secretário de Governo, Marcus São Thiago, ressaltou a importância de preservar a memória desse período sombrio da história brasileira.
"Com esse depósito, aguardamos a Justiça determinar a emissão na posse do imóvel pela Prefeitura, para iniciarmos essa segunda etapa e criar esse importante equipamento de pesquisa e preservação da memória de um período nefasto de nossa história. Vamos preservar a memória deste período triste de nossa história, para o conhecimento das gerações atuais e futuras e para que nunca mais se repita essa afronta ao Estado Democrático de Direito", declarou Marcus.