Gloria Perez comenta sobre revolta no caso da filha, Daniella Perez, que morreu há 30 anos
Em dezembro de 1992, o assassinato de Daniella Perez, de 22 anos, trouxe uma comoção nacional, principalmente no ramo artístico. Ela estava no auge da carreira, na novela 'De Corpo e Alma', da TV Globo, e contracenava com o ator Guilherme de Pádua. Daniella foi morta por ele e por Paula Thomaz, então esposa do artista.
O corpo da jovem foi encontrado no Rio de Janeiro com várias perfurações. Na próxima quinta-feira, 21, estreia o documentário 'Pacto Brutal, o assassinato de Daniella Perez', da HBOMax, que revela mais detalhes sobre o caso. A mãe de Daniella, a escritora Gloria Perez, abriu os autos do processo e seus arquivos, para a realização da produção.
A escritora deu uma entrevista à BBC News Brasil, via G1, e desabafou sobre a situação do país: "Quanto mais violentos são os crimes, mais benevolentes são as nossas leis penais". Segundo ela, a revolta contra crimes violentos é da sociedade e não do Legislativo.
Gloria falou sobre o documentário que conta a tragédia envolvendo sua filha, revelando o que de novo ele traz: “O documentário tem como foco os autos do processo. É isso que ele traz de novo. O que ficou conhecido são as muitas versões sensacionalistas com que os assassinos alimentaram a imprensa durante os anos de espera para o julgamento. É através dos autos que você pode entender porque nenhuma dessas versões restou de pé”.
A escritora também relatou a dor da perda e a revolta com as leis no Brasil, já que os culpados pelo crime ficaram pouco tempo na cadeia: “Na matemática da justiça brasileira, a pena aplicada aos réus, por mais alta que seja, é só para impressionar. Na prática, ela se dissolve em quase nada”.
Ela também afirmou que o caso de Daniella não foi um caso de feminicídio: “Foi um crime por ganância pelo sucesso, praticado por um casal de psicopatas de modo absolutamente ritualístico”.