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Notícias / América Latina

Funeral de tio morto por coronavírus de presidente chileno gera investigação do Ministério Público

Sebastián Piñera foi denunciado por possível violação a normas de quarentena durante o velório

Isabela Barreiros Publicado em 23/06/2020, às 13h48

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O presidente do Chile Sebastián Piñera - Wikimedia Commons
O presidente do Chile Sebastián Piñera - Wikimedia Commons

O enterro do tio do presidente do Chile, Sebastián Piñera, causou um debate insólito no país. O sacerdote Bernardino Piñera, de 104 anos, foi diagnosticado com covid-19 no dia 26 de maio, mas, devido à idade avançada, não conseguiu se recuperar e faleceu na manhã do último domingo, 21.

Durante o funeral, no entanto, Piñera insistiu para que parte do ataúde fosse aberta para que pudesse se despedir do familiar. Vídeos divulgados na internet mostram que, em algum momento, um membro da família diz:  "Sebastián quer vê-lo".

Em resposta a isso, alguns parentes afirmam que “não se pode abrir” o caixão, o que foi ignorado pela mulher que logo o abriu, dizendo "veja-o, veja-o" ao presidente. Ele, então, se aproxima e observa o corpo do tio, usando máscara.

O episódio foi denunciado por um deputado da oposição, Gabriel Ascencio, que alegou que o funeral descumpriu as normas que tem como objetivo evitar a transmissão do novo coronavírus. A versão oficial determina que a ocasião respeitou os protocolos, mantendo o distanciamento social e o máximo de 20 pessoas. Membros do governo afirmaram que mesmo que a tampa do caixão tivesse sido aberta, o vidro protege seu hermetismo, não constando em um rompimento na norma.

“Devido às perguntas que ocorreram com relação ao funeral de dom Bernardino Piñera, quero dizer que a família está passando por momentos difíceis, por isso não nos parece adequado este tipo de comentários. Cumpriu-se 100% o protocolo para poder assistir a um funeral”, afirmou Paula Daza, subsecretária de Saúde pública do Governo, em uma entrevista coletiva.

O presidente chileno será investigado pelo Ministério Público por possível violação da conduta para contenção da covid-19, iniciando uma crise política no país que já conta com 4.502 mortos confirmados pela doença.