Fragmentos encontrados em Madagascar revelam mistérios sobre curiosas aves-elefante; confira!
Éric Moreira, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 07/03/2023, às 09h34
Hoje, não é raro se ver alguma notícia sobre a descoberta de uma nova espécie de animal, ou mesmo da extinção de alguma outra. Agora, quando se observa a história das espécies, considerando até mesmo animais que deixaram de existir em passados mais remotos, parece que uma infinidade de criaturas já passaram pela Terra, cada uma com suas peculiaridades.
Visto isso, um exemplo de grupo de animais que intriga cientistas até hoje são as chamadas aves-elefantes, simplesmente as maiores aves que já pisaram pelo planeta Terra em toda a história.
Embora a espécie já fosse conhecida por muitos pesquisadores, um novo estudo de Alicia Grealy, Bacharel em Ciências com Honras pela Universidade de Queensland, na Austrália, revelou mais alguns mistérios sobre o estilo de vida delas.
Conforme atestado em novo estudo publicado no dia 28 de fevereiro na Nature Communications, moléculas antigas foram extraídas das cascas de ovos fósseis de aves-elefantes, o que permite identificar até mesmo em que se baseava sua dieta e onde vivia. Com essas respostas, mais um passo é dado em direção à busca por preservação de espécies.
Da mesma forma como as emas e avestruzes de hoje em dia, as antigas aves-elefante eram grandes ratites incapazes de voar. De acordo com a Revista Galileu, o grupo se extinguiu há aproximadamente mil anos, logo após os humanos também se estabelecerem ali em Madagascar.
Não se sabe exatamente quantas espécies diferentes de aves-elefante existiram, já tendo sido apontadas 16, embora uma revisão mais recente indique apenas quatro. E, entre essas diferentes espécies, as maiores poderiam chegar a até mais de 700 kg e 3 m de altura; seus ovos, poderiam ter até 10 kg.
Porém, devido ao clima mais quente e úmido da região, a preservação dos fósseis desses animais foi dificultada, o que é um grande empecilho para o estudo e maior compreensão dessas espécies. Porém, ainda existe uma forma de estudá-las: a partir da análise de seus ovos.
Em comparação com os ovos de outras aves que conhecemos, os das aves-elefantes possuem uma característica muito marcante: suas paredes são muito espessas, o que serviu como uma maior proteção para o DNA existente ali dentro. Além disso, o estudo de cascas de ovos é mais facilitado, pois esse material é mais abundante que ossos, com fragmentos espalhados por toda a costa de Madagascar.
A partir das análises, foi apontado que, de fato, não existiam tantas espécies diferentes de aves-elefantes — seus DNAs apresentavam baixa variabilidade —, além de ter sido possível observar gigantismo extremo em algumas delas.
Além do mais, diferentes espécies puderam ser identificadas na região: uma distância de cerca de 1000 km separa as espécies do centro do país, onde se concentravam as maiores aves-elefantes, e uma outra espécie consideravelmente menor, com pássaros de até 230 kg e ovos de 3kg.
