Pesquisadores analisaram vegetações pré-históricas e descobriram material biológico valioso
Chas Broughton, que é dono de uma loja de artigos para mergulho, descobriu uma floresta subaquática antiga de 60 mil anos, em um rio pré-histórico, próximo ao Golfo do México. Ao analisarem a descoberta, cientistas da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) concluíram que a floresta esconde segredos para a criação de novos medicamentos.
A vegetação subaquática, com árvores murchas e vermes, ficou escondida por meio de sedimentos que a conservaram ao longo de milênios. Em 2004, a sua existência foi encoberta pelo Furacão Ivan, que atingiu a costa do Golfo, e revelou a floresta, a cerca de 20 metros de profundidade.
Os cientistas analisaram algumas amostras da vegetação para entender quais foram as condições climatológicas que permitiram a conservação da floresta. Com isso, o pesquisador Grant Harley, da Universidade do Sul de Mississippi, percebeu que o clima da floresta era muito mais frio do que o atual.
Isso foi notado pois uma das árvores tinha um anel de crescimento estreito e uniforme - um formato nada comum em plantas ciprestes modernas. Além disso, uma análise de datação por carbono mostrou que aquela espécime tinha idade de pelo menos 40 mil anos.
O pesquisador Francis Choi, do Centro de Ciências Marinhas, da Northeastern University, da cidade de Boston, descobriu ainda fósseis de 300 animais pré-históricos na vegetação.
Entre os seres vivos detectados, estão centenas de cepas bacterianas, que têm cerca de 60 mil anos de idade. Após sequenciar o DNA de 12 desses grupos de micróbios, os cientistas viram que eles poderão ser usados para a criação de antibióticos importantes.
Segundo o professor de química da Universidade de Utah, Margo Haygood, os remédios podem servir para tratamentos "contra parasitas, dores, e para produzir drogas anti-cancerígenas, remédios para atividade anti-microbiana e possivelmente para drogas anti-virais".
Devido à pandemia de coronavírus, as expedições para estudar a floresta subaquática foram interrompidas. Porém, os cientistas pretendem enviar robôs de mergulho, que tornarão disponíveis visualizações em 3D da enorme vegetação subaquática. Além disso, mais três amostras de árvores ainda serão estudadas em 2021.