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Notícias / Anne Frank

Filho de mulher que escondeu Anne Frank revela: 'Ela nunca gostou de falar sobre isso'

Em entrevista recente, filho de Bep Voskuijl comentou sobre seu novo livro, que revela detalhes inéditos sobre a história da secretária que escondeu Anne Frank

por Giovanna Gomes
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Publicado em 23/08/2024, às 12h15 - Atualizado às 18h34

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Anne Frank e Bep Voskuijl - Wikimedia Commons
Anne Frank e Bep Voskuijl - Wikimedia Commons

Em novo livro, Joop van Wijk-Voskuijl, filho de Elisabeth "Bep" Voskuijl, revela detalhes inéditos sobre a história de sua mãe, a secretária que teve um papel fundamental ao esconder Anne Frank e sua família durante a Segunda Guerra Mundial.

Anne Frank, uma jovem judia, tornou-se mundialmente conhecida por seu diário, no qual descreveu o cotidiano no Anexo Secreto, o esconderijo em que ela, seus pais, sua irmã e outros quatro judeus ficaram abrigados dos nazistas até serem traídos em agosto de 1944.

Escrito em parceria com o jornalista Jeroen De Bruyn, o livro "O Último Segredo de Anne Frank: A História Não Contada de Anne Frank, de sua Protetora Silenciosa e de uma Traição em Família", lançado no Brasil pela editora Crítica em abril, traz novas revelações sobre o período em que Bep ajudou a família Frank.

Uma das revelações mais impactantes do livro é a suspeita de que Nelly, irmã de Bep, possa ter sido a responsável por denunciar o esconderijo aos nazistas, levando à captura e morte de Anne Frank.

Lealdade

Em entrevista à revista Galileu, Joop compartilhou suas reflexões sobre o legado de sua mãe e a complexidade das relações familiares durante a guerra. Ele destacou que para Bep, assim como para Miep Gies, outra ajudante do Anexo, ajudar a esconder os Frank era uma questão de lealdade.

Segundo ele, a família Voskuijl já tinha laços de amizade com os Frank antes da guerra, e essa proximidade, somada ao senso de dever e lealdade, motivou Bep a correr riscos enormes para proteger os oito judeus escondidos.

Joop também reflete sobre as dificuldades de sua mãe em compartilhar as experiências vividas durante aquele período. "Ela não gostava muito de falar sobre aquele período de sua vida [para todo mundo]. Apenas para mim", diz.

As histórias e anedotas pessoais mencionadas no livro, segundo Joop, revelam aspectos íntimos da vida de sua mãe que ela preferia manter em segredo.

A suspeita

Um dos aspectos mais polêmicos do livro é a suspeita levantada sobre Nelly, irmã de Bep. "Antes de pesquisar e escrever o livro, eu não conhecia a verdadeira história sobre minha tia Nelly", relatou Joop.

"Eu fiquei pasmo depois de encontrar as palavras de Anne em seu diário original e perceber que ela colaborou com os alemães, entre outras coisas, como a primeira assistente do comandante nazista de uma base aérea no Norte da França", declarou.

+ Nelly Voskuijl: o passado da mulher que pode ter traído Anne Frank

A família de Joop havia criado uma narrativa para proteger Nelly e a si mesmos da verdade, mas a pesquisa para o livro trouxe à tona a realidade perturbadora de que Nelly pode ter sido a responsável pela denúncia que levou à captura e morte de Anne Frank.

Essa revelação teve um impacto profundo em Joop, que acredita que a presença de Nelly na família sempre foi marcada por sentimentos de vergonha e raiva.