Declarações de fabricantes foram feitas no mês passado, durante reunião promovida pela Anvisa
Representantes de empresas que fabricam pomadas modeladoras associaram os recentes casos de irritação ocular a uma suposta prática dos usuários "de não lavar os cabelos trançados por diversos dias" durante reunião promovida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A informação foi divulgada pela própria Anvisa, que revelou que a afirmação gerou discussões.
De acordo com a agência, as declarações foram feitas no último dia 17, em reunião que contou com a presença de mais de 400 participantes. O órgão, porém, não revelou quais fabricantes teriam feito tal associação.
Conforme informou o portal de notícias G1, a Anvisa apontou, em nota, que as falas "levantaram questionamentos sobre eventual aspecto discriminatório e racista".
A Anvisa refuta e abomina qualquer forma de discriminação, em especial o racismo. Como instituição pública, a Agência está comprometida com a proteção e a promoção da saúde da população, considerando o acolhimento das diversidades de povos, etnias e culturas que compõem o Brasil", destacou o órgão.
A anvisa também ressaltou que não há, até o momento, dados que indiquem que o problema seja provocado por alguma forma específica de uso das pomadas.
Como a causa das irritações está sendo investigada, as autoridades ainda não divulgaram qual substância presente nos produtos tem gerado o problema.
Portanto, não há alegações técnicas de que os eventos adversos graves estejam relacionados ao uso por pessoas negras e mais especificamente à prática de trançar cabelos", declarou a agência.