Pesquisa publicada na semana passada estabeleceu conexões entre os dois acontecimentos; entenda!
Um estudo publicado na última quarta-feira, 28, sugere que exista uma conexão entre a adição de restrições na legislação relativa ao aborto e o número de suicídios realizados por mulheres em idade reprodutiva nos Estados Unidos nas últimas décadas.
Isso, pois, entre 1974 e 2016, mais de 1.300 modificações de caráter restritivo foram feitas na Regulamentação de Provedores de Aborto (cuja siga em inglês é 'TRAP'),tornando a obtenção do procedimento cada vez mais difícil para as norte-americanas que o buscavam.
A pesquisa, que foi divulgada na revista científica "JAMA Psychiatry", identificou neste período um aumento de 6% na taxa anual de mulheres que tiravam suas vidas em território norte-americano. Os dados foram comparados com aqueles dos anos anteriores.
Conforme estatísticas do Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, o suicídio é segunda causa de morte mais comum entre mulheres norte-americanas na faixa dos 20 aos 24 anos, e a terceira causa para aquelas entre 24 e 34.
Assim, qualquer mudança legislativa que aumente esses dados é vista como motivo de "preocupação clínica" para os pesquisadores, que destacam a necessidade de mais recursos que ofereçam "apoio e cuidado mental" para a população feminina do país.
O estudo, vale mencionar, foi feito pouco depois da Suprema Corte dos Estados Unidos ter tomado, em junho de 2022, a decisão de revogar a lei federal Roe v. Wade, que autorizava a realização de abortos na nação.
Essa revogação deixou a proibição ou autorização do procedimento a cargo do governo de cada estado do país, de forma que, agora, muitas mulheres estadunidenses precisam viajar para outras partes do território a fim de realizar a interrupção de gestações indesejadas, o que exige recursos financeiros, dificultando o processo como um todo.
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