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Notícias / Ciência

Estudo aponta 9 rios e lagos da América que 'não deveriam existir'

Estudo publicado no periódico Water Resources Research analisou cursos d'água que apresentam características que contrariam a lógica; entenda!

por Giovanna Gomes
ggomes@caras.com.br

Publicado em 03/04/2025, às 07h27

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Rio Cassiquiare, na Venezuela - Divulgação/Water Resources Research
Rio Cassiquiare, na Venezuela - Divulgação/Water Resources Research

Uma pesquisa publicada no periódico Water Resources Research em 19 de fevereiro mapeou nove rios e lagos nas Américas que "não deveriam existir". Essas formações naturais desafiam os princípios científicos e as regras convencionais de cursos d'água e bacias hidrográficas. Entre os fenômenos identificados estão lagos com duas saídas e riachos que escoam tanto para o oceano Atlântico quanto para o Pacífico.

De modo geral, rios tendem a se unir a jusante (em direção à foz), fluindo morro abaixo até desaguarem em outro corpo d'água, como rios, lagos ou mares. No entanto, os cursos d'água analisados neste estudo apresentam características que contrariam essa lógica.

Todos os exemplos possuem pontos de bifurcação, mas, ao contrário das bifurcações tradicionais, essas não retornam ao fluxo principal após a divisão.

De acordo com o portal Galileu, um dos casos mais emblemáticos é o rio Cassiquiare, na Venezuela, que conecta as duas maiores bacias hidrográficas do continente — a do Orinoco e a do Amazonas. Funcionando como um distributário da primeira e um afluente da segunda, ele acaba desaguando no rio Amazonas após se juntar ao Rio Negro.

Buraco de minhoca

Os autores Robert Sowby e Adam Siegel comparam essa peculiaridade ao “equivalente hidrológico de um buraco de minhoca entre duas galáxias” — uma analogia com um túnel hipotético que conecta pontos distantes no universo.

Outro exemplo notável é o rio Wayambo, no Suriname, cujo fluxo pode ocorrer tanto para o leste quanto para o oeste, dependendo das chuvas e de intervenções humanas, como o uso de eclusas. Essa imprevisibilidade torna desafiadora a previsão da propagação de poluentes provenientes da mineração de ouro, bauxita e das áreas de extração de petróleo.

Já no Canadá, o rio Echimamish, cujo nome significa "água que flui para os dois lados", impressionou os pesquisadores. Ele conecta os rios Hayes e Nelson e possui um ponto central de onde a água se divide em direções opostas. A incerteza sobre a direção do fluxo e o ponto exato de mudança são questões ainda não totalmente compreendidas.

Os nove rios e lagos analisados no estudo são: rio Orinoco (Venezuela); lago Arroyo Partido (Argentina); rio Wayambo (Suriname); rio Atchafalaya e riacho North Two Ocean Creek (Estados Unidos); lago Punch Bowl do Comitê, Divide Creek, rio Echimamish e lago Wollaston (Canadá).

“Cada um é único em sua própria maneira. Juntas, essas esquisitices hidrológicas ilustram o quanto ainda temos a aprender sobre a superfície dinâmica da Terra”, concluem os pesquisadores.

+ Confira aqui o estudo completo.