Massacre em escola do Texas na última semana chocou o mundo — mas não é exceção, segundo pesquisa
O massacre cometido pelo jovem de 18 anos Salvador Ramos no último dia 24 na Robb Elementary School, situada em Uvalde, no estado norte-americano do Texas, chocou o mundo ao resultar na morte de 21 pessoas, sendo 19 crianças e 2 professoras.
No entanto, este é apenas o mais recente de uma série de tiroteios que acometem os Estados Unidos de maneira frequente — mais do que ao restante dos países desenvolvidos, segundo um estudo publicado na revista International Journal of Comparative and Applied Criminal Justice.
De acordo com a pesquisa, que analisou eventos ocorridos entre 1998 e 2019 tanto nos EUA quanto em outros países desenvolvidos e em desenvolvimento, a nação é a única entre as que foi comparada a contar com tiroteios em massa todos os anos.
Segundo reportou a revista Galileu, os pesquisadores também observaram que os Estados Unidos contavam com 73% dos 139 massacres que aconteceram nesses países ao longo dos 21 anos investigados.
Os responsáveis pelos crimes também tinham características em comum, como foi possível perceber a partir do estudo. 91% dos atiradores eram do país onde cometeram o massacre; 99% deles eram homens e um terço contava com experiência e habilidades militares.
Já no caso dos estadunidenses, há uma maior motivação ideológica para o tiroteio em massa, além de maior possibilidade de fama após o crime. Também chama atenção o fato de que 4% de mulheres e estrangeiros são responsáveis pelos atos no país.
“Os atiradores em massa estadunidenses eram mais propensos a atacar fábricas, armazéns e escritórios do que os perpetradores em todos os outros países combinados”, destacou Jason R. Silva, pesquisador autor do estudo.
Como ele explica, “embora indivíduos de todos os países sofram de tensão, essa tensão em particular é em grande parte um motivo de tiroteio em massa nos EUA”.
“Muitos países desenvolvidos instituíram o policiamento imediatamente após um ataque que pode ter contribuído para parar o problema, e isso pode fornecer lições para futuras abordagens e prevenção de tiroteios em massa nos EUA”, completou.