Serial killer mais prolífico da França, Michel Fourniret cometeu diversos assassinatos com a ajuda de Monique Oliver — já condenada à perpétua
Na próxima terça-feira, 28, Monique Oliver comparecerá a um tribunal de Paris, onde será acusada de cumplicidade no rapto de Joanna Parrish, Marie-Angèle Domèce e Estelle Mouzin — vítimas de seu marido, Michel Fourniret, prolífico serial killer francês conhecido como o 'Ogro das Ardenas'.
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Está será a última chance da família de Parrish de lutar por Justiça; uma batalha intensa que já dura mais de três décadas. Estudante britânica, a jovem foi encontrada morta em 1990 de maneira cruel.
Há anos, Roger Parrish e a sua ex-esposa Pauline, pais de Joanna, buscam a condenação dos responsáveis pela morte da filha — ainda em tempos que Fourniret sequer havia sido identificado.
O ex-casal chegou a viajar para o norte da Borgonha, na França, onde o crime aconteceu, em busca de pistas e para cobrar os investigadores — acusados de não se importarem devidamente com o caso.
O 'Ogro das Ardenas' só foi capturado e condenado à prisão perpétua em 2008. Na ocasião, porém, recorda o The Guardian, ele foi acusado pelo assassinato de outras sete meninas e mulheres.
Precisou de mais de uma década para que ele admitisse ter matado Parrish e outras duas vítimas cujos corpos nunca foram encontrados: Marie-Angèle Domèce, de 19 anos, que desapareceu voltando da escola para casa em 1988, e Estelle Mouzin, de nove anos, que desapareceu em 2003.
Entretanto, Fourniret morreu em 2021 sem nunca ter sido levado a julgamento por esses casos — que agora recaem sob os ombros de sua esposa, Monique Oliver; também condenada à prisão perpétua por ser cúmplice dos crimes que ocorreram por 17 anos.
Para Roger Parrish, hoje com 75 anos, o julgamento tardio de Oliver é o amargo culminar da incompetência da polícia e do sistema judiciário franceses que "decepcionou" a sua família.
Fourniret nunca será condenado pelo assassinato da nossa filha e a culpa é do sistema de justiça francês", disse ele no início deste ano, recorda o The Guardian.
Estudante de línguas da Universidade de Leeds, Joanna Parrish se mudou para Borgonha em 1989, quando tinha apenas 20 anos. Ela passaria oito meses na cidade para atuar como professora assistente no Liceu Jacques-Amyot.
Como estava economizando para se casar, Joanna acabou colocando um anúncio no jornal oferecendo seus trabalhos como professora particular de inglês e até mesmo como babá. Em 16 de maio de 1990, ela foi contratada por Fourniret — que disse que queria que a mulher ensinasse seu filho.
Ela só foi encontrada na manhã seguinte, quando seu corpo nu e amarrado foi localizado a cinco quilômetros da cidade. Joanna havia sido espancada, estuprada e, posteriormente, estrangulada.
Inicialmente, os pais da vítima ficaram chocados com a forma indiferente que a polícia francesa conduziu o caso: sem convocar testemunhas ou tentar encontrar material genético do possível suspeito.
Fourniret e Olivier, que viviam a cerca de 20 quilômetros da cidade, só foram presos em 2003, na Bélgica, após uma garota de 17 anos, que havia sido sequestrada, conseguir fugir e procurar a polícia.