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Notícias / Leilão

Escrita 1,1 mil anos atrás: Bíblia hebraica mais antiga do mundo irá à leilão

O raríssimo documento histórico está atualmente sob posse do sobrinho do banqueiro Joseph Safra

Ingredi Brunato Publicado em 16/02/2023, às 17h30 - Atualizado em 17/02/2023, às 00h02

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Fotografia da Bíblia Hebraica sendo leiloada - Divulgação/ Sotheby's
Fotografia da Bíblia Hebraica sendo leiloada - Divulgação/ Sotheby's

Uma Bíblia hebraica (isso é, que possui apenas o Antigo Testamento) de nada menos que 1,1 mil anos irá a leilão em uma unidade da Sotheby's localizada na cidade de Nova York, nos Estados Unidos

O documento histórico raríssimo é a mais antiga cópia completa hebraica do livro sagrado islâmico da qual temos conhecimento, e poderá ser vendido por até 50 milhões de dólares (o equivalente a 261 milhões de reais) segundo as estimativas dos especialistas da casa de leilões. 

Antes de ser entregue à Sotheby's, ele estava sob posse do colecionador Jacqui Safra, que é mais conhecido por ser sobrinho do magnata Joseph Safra, fundador do bem-sucedido banco. Em sua trajetória milenar, todavia, a Bíblia teria passado por muitos donos. 

Segundo informado pelo portal O Globo, após a destruição de uma sinagoga situada na Síria, o livro chegou a ter seu paradeiro desconhecido durante cerca de seis séculos. 

Em um comunicado divulgado pela casa de leilões, Sharon Liberman Mintz, a curadora de artefatos judaicos do estabelecimento, falou sobre a importância do item: 

No Código Sassoon [outro nome para a cópia prestes a ser leiloada], uma transformação monumental na história da Bíblia hebraica é revelada. O texto bíblico em formato de livro marca uma virada crítica em como percebemos a história da palavra divina ao longo de milhares de anos e é um testemunho transformador de como a Bíblia hebraica influenciou os pilares da civilização — arte, cultura, direito, política — durante séculos", comenta ela. 
Fotografia do item / Crédito: Divulgação/ Sotheby's

Características 

Constituída de 400 folhas de pergaminho, a obra conta com uma encadernação de couro marrom que teria sido adicionada ao documento durante o século 20, quando ela foi reencontrada e comprada pelo colecionador particular David Solomon Sassoon. É por esse motivo que o documento também é por vezes chamado de "Código Sassoon". 

De lá para cá, o manuscrito histórico foi exibido ao público em poucas ocasiões, o que torna seu bem documentado leilão pela Sotheby's ainda mais relevante.