Pesquisadores encontraram uma resposta surpreendente a partir de uma reconstrução 3D da pélvis de uma Australopithecus sediba
Pesquisadores norte-americanos criam um protótipo da pelve de uma Australopithecus sediba, subtribo que habitou na Terra por volta de dois milhões de anos. O estudo mostra como era mais fácil dar a luz, quando comparado com os dias atuais.
Segundo os especialistas, conforme o ser humano evoluiu e aprendeu a andar sobre duas pernas, o canal pélvico estreitou. Além disso, eles disseram que conforme a evolução da espécie, as cabeças dos bebês cresceram consideravelmente.
A descoberta foi possível graças a estudos baseados em espécimes fósseis. A antropóloga da Universidade de Boston, Natalie Laudicina, disse que a reconstrução foi realizada com um modelo 3D, capaz de criar a pélvis de uma fêmea.
A pesquisadora explica que Australopithecus sediba não possuía uma estrutura óssea capaz de colidir com o canal na hora do parto. "A largura fetal da cabeça e dos ombros tem amplo espaço para atravessar até as dimensões mais estreitas do canal de parto materno", disse Natalie Laudicina em entrevista à BBC.
Ela reforça que isso não significa que o parto foi ficando mais difícil ao longo do tempo. De acordo com a especialista, foi comprovado que a espécie da Lucy (Australopithecus afarensis), que viveu anteriormente, já teria passado por complicações no parto.
Para explicar este fenômeno, ela exemplifica o pato moderno. Algumas mulheres possuem um parto mais rápido e fácil, enquanto outras podem levar até dois dias em trabalho de parto. “A morfologia de cada espécime exibe seu próprio conjunto de desafios obstétricos”, explica a arqueóloga.