Arqueólogos escavavam o local desde 2007, procurando pistas para explicar porque ele foi construído
Vanessa Centamori Publicado em 09/06/2020, às 11h28
Por muito tempo, uma construção medieval conhecida como Por-Bajin, localizada em uma pequena ilha na Sibéria, intrigou arqueólogos. O principal mistério daquela área, escavada desde 2007, era a sua finalidade. Já se pensou de tudo: que o local era uma fortaleza, um palácio, ou até mesmo um observatório astronômico.
Mas, o que afinal era aquele lugar? Até então, só se sabia que Por-Bajin teria sido construída por povos nômades conhecidos como uigures, de origem turco-romena. Tal fato, somado à idade do complexo poderia ajudar de uma vez por todas a decifrar o mistério sobre a função da construção.
Os especialistas então desenvolveram um novo método de datação, com base nos picos de concentração de carbono-14. Assim, eles determinaram que a construção da ilha era do século 8, mais precisamente, do ano 777.
Anteriormente, os pesquisadores pensavam que a construção tinha surgido por volta do ano 750, mas o novo estudo mostrou que isso não era verdade. Acreditava-se também que a ilha foi do soberano dos uigures, um homem chamado Bayan-Chur Khan. Ele era casado com uma princesa chinesa, o que explicava elementos da China, encontrados em Por-Bajin.
Porém, ao que tudo indica, o complexo é de 777, quando outro chefe governou. Foi ele Tengri Bögü Khan, um líder uigure que converteu seu povo ao maniqueísmo, movimento religioso que gerou muita resistência.
Visto isso, a hipótese mais provável é que Por-Bajin era um templo montado pelo soberano. "Isso se encaixa muito bem com as evidências arqueológicas", disse a pesquisadora Margot Kuitems, da Universidade de Groningen. "É provável que o complexo tenha sido construído como um mosteiro maniqueísta".
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