No livro de 230 páginas, que será lançado ainda neste mês de março, o papa Francisco compartilhou suas memórias de infância e atuais
Aos 87 anos, e com problemas de saúde cada vez mais frequentes, o papa Francisco irá lançar ainda neste mês de março um novo livro, onde compartilha suas memórias e esperanças para o futuro da Igreja Católica.
O livro ‘Vida: A minha história através da História’, escrito com o jornalista italiano Fabio Marchese Ragona e publicado pela HarperCollins, será disponibilizado na próxima terça-feira, 19, no 11º aniversário da posse de Francisco, o primeiro papa latino-americano.
Conforme repercutido pela CNN Brasil, o livro de 230 páginas não oferece muitas novidades sobre o pontífice, mas uma leitura descontraída em estilo de conversa, que engloba desde sua infância em Buenos Aires até a atualidade.
Além disso, o livro pontua a vida de Francisco com base em eventos como a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, o pouso do homem na Lua, a queda do muro de Berlim e os ataques de 11 de setembro.
Outro tema abordado é renúncia do papa Bento 16 em 2013, algo que o argentino não planeja fazer, a menos que “surja um sério impedimento físico”, apesar de sua saúde ter apresentado sinais de fragilidade recentemente, com várias crises de bronquite, uma série de hospitalizações e dificuldade para caminhar.
De maneira descontraída, ele comenta que, embora alguns de seus críticos conservadores possam ter esperado que ele anunciasse sua renúncia após uma internação hospitalar, isso é improvável, pois “há muitos projetos a serem realizados, se Deus quiser”.
Ao longo da obra, ele toma como base eventos históricos para traças paralelos com situações atuais. Falando sobre a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, ele escreve que ainda hoje “os judeus continuam sendo estereotipados e perseguidos. Isso não é cristão; não é nem mesmo humano. Quando entenderemos que esses são nossos irmãos e irmãs?”
Já ao refletir sobre os ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos, o pontífice escreve: “É uma blasfêmia usar o nome de Deus para justificar o massacre, o assassinato, o ataque terrorista, a perseguição de indivíduos e populações inteiras — como alguns ainda fazem. Ninguém pode invocar o nome do Senhor para causar o mal.”
Assuntos mais leves também são narrados pelo papa, como o polêmico gol “Mão de Deus” de seu conterrâneo, Diego Maradona, durante as quartas de final da Copa do Mundo de 1986. Na partida contra a Inglaterra, o árbitro validou um gol sem perceber que o jogador tocou na bola com a mão.
Anos depois da polêmica, quando Maradona visitou o papa no Vaticano, “eu lhe perguntei, brincando: ‘Então, qual é a mão culpada?”, relembra Francisco.