Estudo feito pelo Comitê de Oxford para o Alívio da Fome ainda apontou que a taxa de impostos dos multimilionários está em nível historicamente baixo
O Comitê de Oxford para o Alívio da Fome (Oxfam) informou que o 1% mais rico da população global aumentou sua fortuna em 42 bilhões de dólares (aproximadamente R$ 226 bilhões) ao longo de dez anos, enquanto sua taxa de impostos está em um nível historicamente baixo.
À escala global, a taxa de imposto dos multimilionários equivale a menos de 0,5% da sua riqueza. As suas fortunas cresceram em média 7,1% ao ano nas últimas quatro décadas”, explicou a ONG em comunicado divulgado.
Segundo o Oxfam, seria necessário um imposto anual sobre a riqueza líquida de pelo menos 8% para reduzir a riqueza extrema dos multimilionários.
As informações foram divulgadas antes da reunião do G20 nesta quinta-feira, 25, que discutirá a implementação de um imposto global sobre os super-ricos.
O encontro, que ocorrerá no Rio de Janeiro e contará com a presença dos ministros das finanças das principais economias avançadas e emergentes, terá a proposta de um imposto global como um dos temas centrais.
O Brasil, atual presidência do G20, priorizou essa proposta, que é apoiada por países como Colômbia, Espanha, França, África do Sul e pela União Africana, mas rejeitada pelos Estados Unidos.
Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos que a classe trabalhadora. Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido no tema da cooperação internacional para desenvolver um padrão mínimo de tributação global para fortalecer as iniciativas existentes", defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza nesta quarta-feira, 24.
Eu queria reafirmar uma frase que eu sempre digo aos dirigentes políticos: muito dinheiro nas mãos de poucos simboliza miséria, prostituição e fome. Pouco dinheiro nas mãos de muitos é o contrário; significa decência e dignidade para todas as pessoas. #ReuniãoMinisterialG20
— Lula (@LulaOficial) July 24, 2024