Acusados, inclusive, estão presos pelo envolvimento em outros crimes; assassinato de Dom Philips e Bruno completa um ano hoje, 5 de junho
Há exato um ano, em 5 de junho de 2022, o jornalista inglês Dom Philips e o indigenista Bruno Pereira foram assassinados enquanto realizavam uma expedição de barco no Vale do Javari, no estado do Amazonas.
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Até então, três pessoas foram presas pelo duplo homicídio: Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, assassino confesso da dupla; Jefferson da Silva Lima e Oseney de Oliveira, conhecido como Dos Santos.
Mas segundo revelado pelo Fantástico exibido no último domingo, 4, outras duas pessoas foram indiciadas pelo envolvimento no crime. Os dois, inclusive, já estavam presos pelo envolvimento em outros atos criminosos.
O primeiro trata-se de Rubén Villar, vulgo Colômbia, que teria sido o mandante dos crimes. Ele está preso desde julho de 2022 por falsidade ideológica. O outro é Jânio Freitas de Souza, detido desde agosto passado por associação para pesca ilegal. Ambos responderão ainda pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver de Dom Philips e Bruno.
Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que Rubén e Amarildo ficam, durante um tempo, presos na mesma cela, onde tiveram uma conversa interceptada. Nela, Colômbia pediu para Amarildo não revelar que foi ele quem forneceu a munição usada nas execuções.
Através do financiamento e operando expedições ilegais de pesca, Villar era o comandante de uma organização criminosa que fazia contrabando para o Peru e Colômbia, apontou o Fantástico. A reportagem mostrou que a mesma quadrilha foi responsável pelo monitoramento do indigenista e do jornalista britânico.
Amarildo e Jânio estavam abaixo de Colômbia no grupo. A dupla era moradora da comunidade de São Rafael, mesmo local da última foto feita de Dom, justamente registrada por Bruno, na beira de um rio.
Durante o período de um ano, apontou a polícia, os acusados trocaram mais de 400 telefonemas, inclusive no dia do crime — antes e depois das execuções. Os fatos, segundo Carlos Palhares, perito da Polícia Federal, indicam que os assassinatos foram premeditados.
Por fim, a perícia da PF concluiu que Dom e Bruno foram mortos pelas costas, com disparos feitos a uma distância de cerca de seis metros. Os dois não teriam ouvido o barco de Amarildo se aproximar devido ao barulho do motor de sua embarcação.