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Notícias / Ditadura Militar

Documentário sobre única freira presa e torturada pela Ditadura é exibido em SP

'Maurina: O Outono que Não Acabou' será exibido até o próximo domingo, 14, em sessões especiais; conheça a história de Madre Maurina!

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 11/04/2024, às 14h15

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Madre Maurina - Reprodução/Câmara Legislativa
Madre Maurina - Reprodução/Câmara Legislativa

Única freira presa durante a Ditadura Militar, Madre Maurina tem seu passado resgatado no documentário 'Maurina: O Outono que Não Acabou'. O longa-metragem, dirigido por Gabriel Mendeleh, estreia nesta quinta-feira, 11, no Cine LT3 (no bairro de Perdizes, em São Paulo). As sessões acontecem até o próximo domingo, 14, sempre às 18 horas. 

Madre Maurina, de Ribeirão Preto, foi presa e torturada física e psicologicamente, em 1969, por um crime que não cometeu: apoiar guerrilheiros que lutavam contra o regime militar. Extraditada para o México, a religiosa viveu quase uma década no país antes de retornar ao Brasil. 

A história da Madre Maurina é símbolo contra a ditadura militar, foi através dela que grandes nomes dessa luta, como Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo da capital paulista, começaram sua militância", diz Mendeleh, que foi premiado na Espanha e Estados Unidos por seu trabalho. 

“Quando nós olhamos para a história da ditadura militar, que é uma história relativamente recente no Brasil, vemos que ainda é uma história apagada. Nós temos muitas lacunas a serem desvendadas neste processo histórico. E falar de Madre Maurina é trazer um pedacinho dessa história ainda oculta”, continua Nainora Freitas, historiadora e uma das entrevistadas no documentário. 

'Maurina: O Outono que Não Acabou' serve como registro histórico de que a violência do regime após o Golpe de 64 não se restringiu apenas às grandes capitais. “Quando a gente traz uma história dessa, da Madre Maurina, pro interior de São Paulo, é uma forma de mostrar que a ditadura também chegou nas cidades de menor porte do interior”, aponta Mendeleh.

A história de Maurina

Durante 80 minutos, 'Maurina: O Outono que Não Acabou' recorda a trajetória da Madre que dirigiu o Lar Santana, em Ribeirão Preto (interior de SP), instituição criada em 1931, e fechada em 2014, que serviu de abrigo para crianças carentes. 

Maurina foi presa em outubro de 1969, acusada de estar envolvida com o grupo terrorista Forças Armadas de Libertação Nacional (FALN). Por conta disso, acabou sendo vítima de torturas físicas e psicológicas enquanto esteve detida. Ela passou pela cadeia pública de Cravinhos (SP) e pelas prisões de Tiradentes e Tremembé, ambas em São Paulo.

Em março do ano seguinte, quando o Cônsul-Geral do Japão Nobuo Okuchi foi sequestrado por membros da Vanguarda Popular Revolucionária e outros grupos guerrilheiros, o nome de Madre Maurina foi o primeiro a ser exigido como troca para sua libertação. Desta forma, a religiosa acabou sendo extraditada para o México, por onde viveu por quase uma década antes de retornar ao Brasil. 

Produzido pela Kauzare Filmes, de Ribeirão Preto, o documentário foi contemplado pelo Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (PROAC), em 2019. Tem o apoio do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Governo Federal, do Ministério da Cultura e da Lei Paulo Gustavo.

Serviço: 'Maurina: O Outono que Não Acabou'
Quando: a partir de quinta-feira, 11, até domingo, 14
Sessões: Sempre às 18 horas
Local: Cine LT3 - Apinajés, 135a, Perdizes 
Ingressos: R$ 12 (preço único)