Vítima de uma condição delicada, o garoto Vinícius de Brito Samsel, de 3 anos, morreu antes da chegada do remédio, determinado pela Justiça
O garoto Vinícius de Brito Samsel, 3, faleceu no último dia 15 de fevereiro em decorrência das complicações resultantes do diagnóstico de Atrofia Muscular Espinhal (AME). O óbito, confirmado pela família neste sábado, 25, à RPC, poderia ter sido evitado caso o menino tivesse recebido o remédio Zolgensma, considerado o mais caro do mundo para o tratamento da condição.
A Justiça, por intermédio de decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 13 de dezembro do ano passado, ordenou que a União fornecesse o remédio após uma longa batalha judicial, cuja dose única custa R$ 7,3 milhões. A solicitação na Justiça, iniciada pouco depois do nascimento do garoto, nunca foi cumprida.
Mesmo com a determinação orientando a entrega do remédio em 72 horas, ainda em dezembro, a União depositou o valor para a compra em uma conta judicial apenas em 14 de fevereiro, véspera da morte do garoto, quando já estava gravemente acometido pelos efeitos da doença. O Hospital Angelina Caron ficou encarregado da aquisição, mas ainda teria de aguardar a chegada, que não ocorreu a tempo de salvá-lo.
Em entrevista ao portal de notícias G1, Welton Douglas, pai de Vinícius, explicou que a doença degenera gradativamente e que, ciente disso, o Estado deveria ter pressa com a entrega: "Parece que eles fazem de tudo para enrolar o máximo que eles podem para essas crianças morrerem antes de receber, porque aí eles não precisam pagar, né?", manifestou.
