A entrada da cidade ligava o portal ao luxuoso palácio do califado de Medina Azahara antes de sofrer um ataque incendiário
Há seis quilômetros de Córdoba, na Espanha, um palácio localizado em Medina Azahara, construído por volta de 936 até 940 d.C, teve parte de seus destroços encontrados. O palácio foi queimado quando a cidade foi saqueada durante uma invasão de rebeldes berberes que acabou derrubando o califa Abd-al-Rahman III, em 1010 d.C.
Entre os itens que compunham o palácio, o lendário portal da cidade, formado por paredes com aberturas em côncavo, pode ter seus destroços localizados embaixo de seus escombros. A estrutura tem hoje três andares identificados de resquícios do palácio e as bases estruturais do portal foram encontradas na terceira e mais funda camada.
A busca e estudo arqueológico no local iniciou em 1910 e Medina Azahara, considerada a cidade brilhante, se tornou Patrimônio Mundial da UNESCO em 2018. A área do palácio era onde o califado e o exército do mesmo se reunia, com um espaço construído equivalente há dois campos de futebol. Porém, por ser uma estrutura repleta de pinturas e detalhes com metais preciosos, suas ruínas foram roubadas, dificultando o trabalho de pesquisa.
O arqueólogo Alberto Canto, da Universidade Autônoma de Madri, lidera a investigação e afirmou ao Daily Mail que somente nos destroços do portal a equipe conseguiu descobrir azulejos, madeiras, pregos, vigas, dobradiças e diversos ornamentos. Com os materiais coletados, os pesquisadores pretendem reconstruir digitalmente a entrada para recuperar a memória da região.