Pela primeira vez em décadas, líderes e órgãos internacionais são acionados para defesa da democracia brasileira
Depois da invasão à Praça dos Três Poderes feita por manifestantes terroristas e antidemocráticos bolsonaristas no último domingo, 8, organismos internacionais precisaram ser acionados — pela primeira vez em décadas — para sair em defesa da democracia brasileira.
No entanto, o objetivo da ação não se limita apenas a condenar o acontecimento recente de Brasília, mas também pretende lançar uma mensagem de repúdio às ameaças que a extrema-direita em todo o mundo, que vem ganhando força nos últimos anos.
Por isso, de acordo com o colunista Jamil Chade em texto ao UOL, os governos do Chile e da Colômbia devem iniciar, a partir desta segunda-feira, 9, uma ofensiva diplomática com intenção de obter apoio para que a Organização dos Estados Americanos (OEA) realize uma reunião emergencial em seu conselho. Ainda segundo a fonte, a votação deve condenar os atos golpistas do último domingo, além de reconhecer a legitimidade do atual governo Lula e a rejeição de questionamentos de instituições democráticas do país.
No entanto, para que uma reunião seja de fato convocada, é necessário que ao menos 18 países — dos 30 que compõem a OEA — se aliem à ideia. Luis Almagro, secretário-geral do órgão, já demonstrou apoiar a iniciativa e até mesmo qualificou os atos antidemocráticos do Brasil como "fascistas".
No entanto, o Ministério das Relações Exteriores aponta que existe um temor até mesmo de que um gesto como esse, de acionar órgãos e líderes internacionais, implique em uma possível visão externa de fragilidade das instituições democráticas brasileiras. E por isso, pensando justamente nas relações exteriores do Brasil, é importante que o governo não dê impressão de que precisa de ajuda externa e não conseguiria manter a própria democracia, sendo assim um "estado fracassado".
Existe ainda, também, um temor de outros países da América Latina de que o movimento chamado de bolsonarismo incentive o surgimento de outros similares, o que poderia implacar em rupturas democráticas e no questionamento de instituições e de resultados eleitorais.