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Notícias / Política

Depois de atentado em Brasília, líderes mundiais articulam pró-democracia

Pela primeira vez em décadas, líderes e órgãos internacionais são acionados para defesa da democracia brasileira

Éric Moreira sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 09/01/2023, às 12h13

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Imagens dos terroristas bolsonaristas durante invasão à Praça dos Três Poderes - Marcelo Camargo/ Agência Brasil e Reprodução/Vídeo
Imagens dos terroristas bolsonaristas durante invasão à Praça dos Três Poderes - Marcelo Camargo/ Agência Brasil e Reprodução/Vídeo

Depois da invasão à Praça dos Três Poderes feita por manifestantes terroristas e antidemocráticos bolsonaristas no último domingo, 8, organismos internacionais precisaram ser acionados — pela primeira vez em décadas — para sair em defesa da democracia brasileira. 

No entanto, o objetivo da ação não se limita apenas a condenar o acontecimento recente de Brasília, mas também pretende lançar uma mensagem de repúdio às ameaças que a extrema-direita em todo o mundo, que vem ganhando força nos últimos anos.

Por isso, de acordo com o colunista Jamil Chade em texto ao UOL, os governos do Chile e da Colômbia devem iniciar, a partir desta segunda-feira, 9, uma ofensiva diplomática com intenção de obter apoio para que a Organização dos Estados Americanos (OEA) realize uma reunião emergencial em seu conselho. Ainda segundo a fonte, a votação deve condenar os atos golpistas do último domingo, além de reconhecer a legitimidade do atual governo Lula e a rejeição de questionamentos de instituições democráticas do país.

Fotografia retirada durante atentado à Praça dos Três Poderes, realizado no último domingo, 8
Fotografia retirada durante atentado à Praça dos Três Poderes, realizado no último domingo, 8 / Crédito: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

No entanto, para que uma reunião seja de fato convocada, é necessário que ao menos 18 países — dos 30 que compõem a OEA — se aliem à ideia. Luis Almagro, secretário-geral do órgão, já demonstrou apoiar a iniciativa e até mesmo qualificou os atos antidemocráticos do Brasil como "fascistas".

Receio

No entanto, o Ministério das Relações Exteriores aponta que existe um temor até mesmo de que um gesto como esse, de acionar órgãos e líderes internacionais, implique em uma possível visão externa de fragilidade das instituições democráticas brasileiras. E por isso, pensando justamente nas relações exteriores do Brasil, é importante que o governo não dê impressão de que precisa de ajuda externa e não conseguiria manter a própria democracia, sendo assim um "estado fracassado".

Existe ainda, também, um temor de outros países da América Latina de que o movimento chamado de bolsonarismo incentive o surgimento de outros similares, o que poderia implacar em rupturas democráticas e no questionamento de instituições e de resultados eleitorais.