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Notícias / Brasil

Denunciado por assédio, professor da USP é demitido

Segundo as alunas e vítimas do caso, as desconfortáveis investidas do docente começaram em 2016

Pamela Malva Publicado em 01/01/2022, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa de jovens em corredor - Divulgação/ Pixabay/ igorovsyannykov
Imagem meramente ilustrativa de jovens em corredor - Divulgação/ Pixabay/ igorovsyannykov

Em meados de 2019, alunas da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) denunciaram um de seus professores por assédio sexual. No dia 22 de dezembro, então, o homem foi demitido de seu cargo na Universidade de São Paulo (USP).

A exoneração, de acordo com o UOL, foi publicada pelo Diário Oficial do Estado depois que o reitor da USP, Vahan Agopyan, acatou a recomendação da comissão processante de afastar o professor Claudio Lima de Aguiar de seu cargo na universidade.

Conforme informações da Associação de Docentes da USP (Adusp), os casos teriam começado em 2016, quando o então coordenador do curso de pós-graduação em Microbiologia Agrícola da Esalq passou a exercer "reiteradas práticas de assédio sexual e moral" contra suas alunas. Os casos, contudo, só foram denunciados em 2019.

Desde então, Claudio Aguiar foi acusado de "condutas sistemáticas de assédio sexual, constrangimentos, xingamentos machistas, homofóbicos, humilhações públicas e abusos de poder". Os depoimentos das vítimas, feitos com riqueza de detalhes, até mesmo apontam a maneira como o professor se aproximava das alunas.

Segundo a Adusp, Claudio supostamente demonstrava ser amigável, para, então, iniciar as práticas abusivas que, entre outras condutas, incluiam "proximidade física e contatos indesejados, inclusive beijos no rosto e, frequentemente, toques em parte do corpo".

Em entrevista ao jornal O Globo, por exemplo, uma das ex-orientandas de Claudio narrou o dia em que teria sido convidado para uma conversa particular com o professor. A jovem esperava falar sobre o andamento de seu projeto, mas foi surpreendida pelo docente, que teria insistido em fazê-la uma massagem.

Quando ele colocou a mão por dentro da minha blusa e abriu meu sutiã no meio da sala, eu travei os braços e mandei ele parar", narrou a vítima. “Fechei meu notebook e fui embora. Quando cheguei em casa e fui tomar banho, me esfregava de tanto nojo que sentia de mim mesma.”

Outras vítimas de Claudio também falaram sobre o caso em entrevista ao jornal O Globo, afirmando como eram assediadas pelo professor. Além de apalpadas nas coxas e “elogios” impróprios, o professor ainda foi acusado de abuso moral, visto que teria até mesmo chantageado uma aluna, afirmando que sua vaga na Esalq "não foi de graça".

Foi o professor Fernando Luis Cônsoli, presidente da pós-graduação, quem insistiu que uma de suas alunas abrisse a denúncia contra o docente. Não demorou, então, até que outras orientandas prestassem depoimentos, que, juntos, resultaram na abertura de um processo administrativo — que passou pelas comissões sindicante e processante.

Diante das acusações e do parecer das comissões, a Congregação da Esalq recomendou a demissão de Claudio Lima de Aguiar por 62 votos a favor e três abstenções. Em meados de 2020, o docente já havia sido afastado de seu cargo e, agora, foi oficialmente demitido pelas práticas de abuso contra suas alunas.