Cineasta que criou um documentário sobre o "protesto dos papéis brancos", que criticava o governo chinês, foi preso recentemente
Chen Pinlin, cineasta responsável pela criação de um documentário a respeito do chamado "protesto dos papéis brancos" na China foi preso recentemente sob acusações de "provocar brigas e problemas".
A manifestação documentada por ele ocorreu em 2022, na cidade de Xangai, em que manifestantes criticavam a política de covid-zero imposta pelo governo chinês — que era caracterizada por regras rígidas de quarentena e isolamento social a fim de conter a disseminação do vírus. Vale destacar que o ato foi fortemente reprimido pela polícia, com muitos manifestantes sendo detidos.
O estopim do protesto, conforme repercutiu o Media Talks, portal do UOL, foi um incêndio ocorrido em novembro de 2022. As chamas, que atingiram um edifício residencial, resultaram na morte de dez pessoas.
Na época, todavia, alguns apontaram que os rigorosos protocolos de quarentena poderiam ter contribuído para impedir a saída rápida dos moradores naquela situação de emergência, assim resultando em fatalidades. A questão provocou indignação pública.
O documentário de Pinlin, portanto, explorava o debate que tomou a população chinesa, assim como os sentimentos de frustração por trás das manifestações. Além disso, contou com prints de publicações nas redes sociais de internautas chineses exigindo por maior liberdade de expressão.
Caso seja considerado culpado pelas suas acusações, Chen Pinlin estará elegível a uma sentença de cinco anos atrás das grades. Sua prisão foi condenada por órgãos de defesa à liberdade de imprensa, como Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ).