A prática aparentemente comum ocorria após o conteúdo da cabeça ser ingerido pelos vencedores nas guerras, que usavam os ossos como copos em cerimônias
Segundo recente conclusão científica, crânios humanos foram transformados em tigelas de cozinha e canecas para bebidas durante a Idade do Bronze, após o conteúdo interno da cabeça ser removido e ingerido em rituais pelos vencedores de batalhas (o que pode significar práticas que transpassam o canibalismo).
A partir do recorte de crânios do Reino Unido, Alemanha, França e Espanha, pôde-se concluir que a prática ocorreu até cerca de 4.000 anos atrás, e provavelmente era de cunho ritualístico.
Esses crânios possuem marcas de ferramentas humanas e de um trabalho “meticuloso”: fica claro que os cortes no osso foram intencionais para criar o formato de receptáculo.
"O uso ritual de crânios humanos foi documentado em vários sítios arqueológicos de diferentes cronologias e áreas geográficas", afirma Francesc Marginedas, que chefia a pesquisa pela Universidade de Tarragona e o Museu de História Natural de Londres.
"Essa prática pode estar relacionada a decapitações para a obtenção de troféus de guerra, à produção de máscaras, como elementos decorativos, mesmo com gravuras, ou ao que é conhecido como copos de caveira. De fato, algumas sociedades antigas consideravam que os crânios humanos possuíam poderes ou força vital.”