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Notícias / Espaço

Corpo de turistas espaciais mudou após ida ao espaço

Dados de civis em órbita pela SpaceX resultam em 44 estudos inéditos, destacando mudanças genéticas e biomédicas, além de dar dicas para futuras missões

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 12/06/2024, às 19h49

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Tripulantes da missão espacial Inspiration4, realizada em 2021 - Divulgação/SpaceX
Tripulantes da missão espacial Inspiration4, realizada em 2021 - Divulgação/SpaceX

Em 2021, a missão Inspiration4 marcou um momento histórico ao levar quatro civis para orbitar a Terra durante três dias a bordo de um foguete da SpaceX. Financiada privadamente, esta foi a primeira missão desse tipo a levar não-astronautas para o espaço.

Os exploradores foram submetidos a um rigoroso monitoramento médico antes, durante e após a viagem. Agora, os dados coletados resultaram em uma série de 44 estudos que analisam como a estadia no espaço pode impactar a saúde humana.

Publicada na última terça-feira, 11, na revista Nature, a Space Omics and Medical Atlas (SOMA) inclui análises de genomas, microbiomas, transcriptomas (RNA mensageiro) e proteomas (proteínas).

Esta é a maior divulgação de dados biomédicos de astronautas já feita. Cerca de 30 a 40% dos conteúdos são inéditos”, destacou o geneticista Christopher Mason, que liderou parte dos estudos, à revista Science.

Embora a NASA e outras agências espaciais tenham estudado a saúde de astronautas ao longo do último século, Mason observa que os voos privados permitem uma avaliação mais detalhada dos riscos. Comparações com estudos anteriores indicam que tanto astronautas profissionais quanto turistas espaciais apresentam os mesmos efeitos corporais.

James Polk, diretor de saúde da NASA, relatou à Science que as pesquisas realizadas pelas empresas privadas são úteis, pois, envolvem uma parcela mais diversificada da população, ao contrário dos astronautas da agência, que geralmente são indivíduos jovens e saudáveis.

O estudo da tripulação da Inspiration4 se distingue pelo fato de o foguete da SpaceX ter orbitado a Terra a uma altitude de 585 km, significativamente mais alta do que a Estação Espacial Internacional (ISS) e a estação Tiangong da China, expondo os passageiros a um ambiente de radiação intenso.

Efeitos Colaterais

Acompanhamentos médicos realizados com à tripulação da Inspiration4 identificaram cinco principais efeitos colaterais após o retorno dos civis à Terra: alterações no transcriptoma, no epigenoma, nas dinâmicas celulares, na movimentação do microbioma e nas respostas mitocondriais.

Os pesquisadores observaram perda muscular, biomarcadores de envelhecimento e inflamação na pele dos viajantes, atribuídos ao estresse físico do voo.

As células T e os monócitos (glóbulos brancos) apresentaram maiores alterações na cromatina do sistema imunológico após a decolagem.

Também fora notada uma diferenciação sexual: as duas mulheres a bordo retornaram rapidamente aos níveis normais de seus sistemas imunológicos do que os dois homens.

Christopher Mason destacou a crescente necessidade de compreender os riscos à saúde à medida que o acesso ao espaço se expande, com planos de turismo espacial, estações espaciais comerciais e viagens privadas à Lua. Ele se mostra otimista quanto ao futuro, prevendo mais dados de múltiplas missões e tripulações em breve.


*Sob supervisão;