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Notícias / Estados Unidos

Compra de bandeira rara dos EUA com 21 estrelas gera polêmica em museu

Bandeira do século 19, comprada por cerca de R$ 77 mil, desencadeou investigação e resultou em demissão no Museu Presidencial Abraham Lincoln

Fabio Previdelli
por Fabio Previdelli
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Publicado em 27/05/2024, às 14h37 - Atualizado às 15h12

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A bandeira de 21 estrelas que foi comprada - Heritage Auctions
A bandeira de 21 estrelas que foi comprada - Heritage Auctions

A Biblioteca e Museu Presidencial Abraham Lincoln voltou aos holofotes após um gerente não consultar um comitê de coleções sobre a compra de uma bandeira norte-americana de 21 estrelas — descrita como rara e que representa a admissão de Illinois como o 21º estado da União. 

A compra aconteceu por meio de um leilão online e custou ao museu mais de 15 mil dólares (cerca de R$ 77 mil); o que gerou uma investigação pelo Gabinete do Inspetor Geral Executivo de Illinois sobre o dinheiro usado para a compra.

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Isso, além de causar uma divisão na liderança do museu de Springfield e também levar à demissão de um funcionário que dizia que a aquisição contornou os procedimentos que deveriam ser tomados.

Conhecida como 'Grand Luminary', a bandeira possui suas 21 estrelas dispostas em forma de estrela, sendo considerada uma peça rara e história, descreve a AFP. No entanto, existem controvérsias sobre a autenticidade uma algumas delas, com especialistas argumentando que algumas podem ter sido produzidas posteriormente, durante a Guerra Civil (1861 - 1965) ao invés de 1818. 

Segundo o porta-voz Christopher Wills, o museu tem confiança de que a bandeira representa a admissão de Illinois como o 21º estado. Elas são consideradas raras, visto que seu design foi alterado um ano depois, quando o Alabama e Maine se juntaram à União.

Jeff Bridgman, respeitado especialista em bandeiras, disse à Associated Press que sua construção e materiais indicam que a bandeira é um desses caso de ter sido produzida décadas depois, na Guerra de Secessão, e provavelmente representa os estados que permaneceram leais à União — marcando uma exclusão dos estados do Sul. 

Se fosse [verídica]", disse ele à AP, "eu teria participado do leilão".

A compra polêmica

Por fim, segundo a AP, a bandeira fazia parte da prestigiada Coleção de Bandeiras Zaricor. O chefe de aquisições do museu, Ian Hunt, venceu o leilão em 13 de novembro e o museu pagou $15.625 pela bandeira usando o fundo fiduciário King Hostick — um fundo para financiar pesquisas históricas do estado e aquisição de artefatos.

Entretanto, a política do museu é que toda compra acima dos dois mil dólares precisa ser considerada por um comitê formado por chefes de departamento. Porém, eles só se reuniram em 7 de dezembro, semanas depois da compra, aprovando por 7 votos a 2 a aquisição. 

No entanto, comentários da equipe, no final do documento registrando o voto, incluem preocupações sobre a autenticidade e armazenamento da bandeira. 

Além do mais, Eldon Yeakel, que votou contra a compra, foi demitido no último dia 6 de maio. Ele alegou que os votos do comitê seriam mais equilibrados se a votação tivesse ocorrido antes da compra. O museu justificou sua demissão devido seu desempenho ruim e violações das regras, mas ele culpou seu voto "não" como motivo.

Antes, a Biblioteca e Museu Presidencial Abraham Lincoln já havia entrado em polêmica parecida ao comprar um suposto chapéu de Lincoln avaliado em 5,6 milhões de dólares. Mas a aquisição não se confirmou por falta de provas de sua veracidade.