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Notícias / Cid Moreira

Como Cid Moreira quebrou protocolo do Jornal Nacional?

O jornalista Cid Moreira apresentou o maior telejornal do Brasil de 1969 a 1996

Redação Publicado em 27/07/2022, às 17h48 - Atualizado em 03/10/2024, às 09h43

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Cid Moreira apresentando edição de Jornal Nacional em que anuncia a morte do poeta Carlos Drummond de Andrade - Reprodução/Globo
Cid Moreira apresentando edição de Jornal Nacional em que anuncia a morte do poeta Carlos Drummond de Andrade - Reprodução/Globo

O jornalista Cid Moreira marcou toda uma geração de brasileiros — se não mais de uma —, tendo sido responsável pelo 'Jornal Nacional', maior telejornal brasileiro, ao longo de 27 anos. O icônico apresentador e locutor faleceu aos 97 anos nesta quinta-feira, 3.

Com isso, como o apresentador passou quase três décadas apresentando um mesmo programa, claro que algumas inovações foram vivenciadas — e até mesmo criadas — por ele. Em entrevista, Cid Moreira relembra quebra de protocolo feita em 1987.

O jornal era muito formal. Quando morreu o (Carlos) Drummond de Andrade, a direção resolveu me tirar da bancada e ler um trecho do poema dele em pé, aquele (poema) 'E agora, José?'. Daí, eu combinei com o operador (de câmera): 'ó, não fala nada para ninguém. Eu vou fazer e, no final, vou sussurrar. Então, você aumenta o ganho (de som), tá?' Aí, eu falei o poema e o (trecho final) 'E agora, José?' sussurrando", comenta.
Cid Moreira em pé enquanto apresentava o Jornal Nacional, em edição de 1987
Cid Moreira em pé enquanto apresentava o Jornal Nacional, em edição de 1987 / Reprodução/Globo

O evento ocorreu na edição do 'Jornal Nacional' de 18 de agosto de 1987, um dia depois da morte do poeta que havia encontrado "uma pedra no meio do caminho". Na época, os telejornais eram muito mais formais que o que é notável hoje em dia, então os âncoras basicamente nunca levantavam de suas bancadas durante a apresentação.

Eu fui cumprimentado por todos os colegas, entende? Eu inventei muita coisa no jornal", conta Cid Moreira em entrevista à Splash, da UOL.

"O mundo não para"

Ainda durante a entrevista, o jornalista conta que avalia como positivo o fato de os noticiários televisivos serem alterados e terem se tornado mais informais com o tempo. "Tudo no mundo evolui", conta.

"À época, eu tinha que ficar sentadinho ali. Tinha que me comportar. Hoje, o negócio é mais à vontade, mais informal, né? Então, quando você está num clima de formalidade, fica difícil você sair dele. Naquela época, isso era impossível. Hoje, é possível. E, amanhã, outras ideias surgirão".

"O mundo evolui. O mundo não para. A gente está aqui e está evoluindo. É o nosso compromisso com o mundo, o de evolução", conclui.