Comissão de especialistas da Alemanha começou nesta terça-feira, 27, a busca por 46 corpos de soldados
Um grupo de especialistas da Alemanha se direcionaram a um vilarejo no sudoeste da França com a missão de localizar os corpos de soldados alemães executados pela Resistência Francesa em 1944.
As buscas pela vala comum e a exumação dos corpos, quase oito décadas após o final da guerra, teve início quando Edmond Reveil, ex-combatente da Resistência Francesa, de 98 anos, começou a dar entrevistas sobre o incidente em 2019.
Os 46 soldados, que faziam parte da Wehrmacht (forças armadas da Alemanha nazista), e uma mulher francesa suspeita de colaborar com os ocupantes alemãs foram capturados e forçados a cavar sepulturas. E em 12 de julho eles foram executados a tiros em uma área arborizada perto de Meymac, no sudoeste da França.
O motivo dos assassinatos, na região de Correze, no sudoeste, foi que os membros do grupo de resistência local, composto por cerca de 30 milícias e guerrilheiros comunistas, eram poucos para guardar os prisioneiros, disse Reveil à AFP.
“Se tivéssemos deixado os alemães irem, eles teriam destruído Meymac”, a cidade vizinha, afirmou o veterano. Ele havia dito anteriormente ao jornal local La Vie Correzienne: “Nós nos Sentimos envergonhados, mas tínhamos escolha?”
Reveil, que não explicou o motivo para falar sobre o acontecido depois de tantos anos, disse que se lembra de cada um dos soldados alemães “tirando a carteira para olhar uma foto de família antes de morrer”.
Uma escavação foi iniciada na década de 1960 para esclarecer o caso, mas foi rapidamente interrompida, “talvez por pressão”, disse o prefeito de Meymac, Philippe Brugere, que acrescentou que não conseguiu encontrar nenhum registro dessa busca nos arquivos da cidade.
"É extraordinário que ainda se esteja procurando por cadáveres da Segunda Guerra Mundial na França", afirmou Diane Tempel-Bornett, porta-voz da Comissão Alemã de Túmulos de Guerra, que forneceu um georadar para escanear o terreno e estabelecer o local exato das sepulturas. A análise deve levar cerca de quatro semanas, e só então será decidido quando e onde cavar.