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Notícias / Brasil

Coleção de 600 artefatos indígenas que estava em museu francês é repatriada

A coleção de cerca de 600 itens etnográficos estava no Museu de História Natural, Industrial, Comercial e Etnográfica de Lille, na França

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 22/07/2024, às 10h20

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Itens etnográficos produzidos por indígenas brasileiros são repatriados - Divulgação/Museu Nacional dos Povos Indígenas
Itens etnográficos produzidos por indígenas brasileiros são repatriados - Divulgação/Museu Nacional dos Povos Indígenas

Neste mês, o Brasil repatriou centenas de itens etnográficos produzidos por indígenas brasileiros que estavam irregularmente em solo estrangeiro. A coleção, com cerca de 600 peças, estava no Museu de História Natural, Industrial, Comercial e Etnográfica de Lille, na França.

A maioria dos objetos consiste em adornos plumários e itens rituais, mágicos e lúdicos produzidos por 39 povos indígenas. Eles chegaram ao país no dia 10 deste mês e agora fazem parte do acervo do Museu Nacional dos Povos Indígenas, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Segundo o Globo, grande parte dos artefatos é originária do Brasil Central, e algumas peças são raras e únicas, não mais fabricadas por esses povos.

São objetos que testemunham a riqueza e a variedade das manifestações culturais dos povos indígenas que vivem no Brasil, cujo valor extrapola os limites materiais. É um patrimônio cultural do Brasil e dos povos indígenas”, afirmou a diretora do Museu, Fernanda Kaingáng, em nota.

Entre os itens destacados estão troncos de madeira usados no Quarup, ritual de despedida dos mortos da etnia Kamayurá, do Xingu; a Máscara Cara Grande dos Tapirapé, utilizada por homens adultos em rituais importantes; diversos adornos Kayapó, raros em coleções brasileiras; e um conjunto de adornos Enawene-Nauê, ausentes em outros museus brasileiros.

Adorno plumário indígena / Crédito: Divulgação/Museu Nacional dos Povos Indígenas
Objetos eram utilizados em rituais indígenas / Crédito: Divulgação/Museu Nacional dos Povos Indígenas
Itens foram repatriados após iintensa negociação com a França / Crédito: Divulgação/Museu Nacional dos Povos Indígenas
Artefato originário do Brasil Central / Crédito: Divulgação/Museu Nacional dos Povos Indígenas

Negociações

A repatriação do acervo resultou de uma complexa negociação entre o museu francês e a Funai, por meio do Museu Nacional dos Povos Indígenas, com o apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério Público Federal (MPF), devido à importância da coleção e à proteção constitucional do patrimônio cultural brasileiro.

Joenia Wapichana, presidenta da Funai, disse em nota que a fundação e o Museu Nacional dos Povos Indígenas planejam promover exposições das peças repatriadas assim que possível.

Os itens foram enviados ao exterior em 2004 sem seguir os trâmites legais. Com o acervo de volta ao Brasil, a expectativa é negociar com a França medidas de reparação aos povos envolvidos, considerando o complexo processo de retorno das peças, o tempo em que ficaram retidas e os danos sofridos.