Mensagem anárquica e anticapitalista do longa ganhou uma nova versão no país governado por Xi Jinping
A principal regra do Clube da Luta é não falar sobre o Clube da Luta. Mas as normas não dizem nada sobre alterar o final anárquico da produção dirigida por David Fincher. Não entendeu nada?
Acontece que, na China, a mensagem final da produção foi alterada para um desfecho alternativo, que muda completamente a mensagem da narrativa.
Conforme aponta matéria da France Presse, o governo chines, em virtude de sua rígida censura, permite que poucos filmes estrangeiros estreiem por ano no país. Os que chegam ao público, além do mais, sofrem inúmeras modificações.
Em ‘Clube da Luta’, por exemplo, o enredo anarquista e anticapitalista da película foi modificado. Na versão original, Norton, o Narrador, mata Tyler Durden (Brad Pitt), seu alter ego, e termina admirando a destruição de diversos edifícios, o que sugere que seu plano para pôr fim à civilização moderna está funcionando.
Na versão chinesa, porém, Durden é assassinado. Logo em seguida, surge a mensagem: "A polícia rapidamente descobriu todo o plano e prendeu todos os criminosos, evitando com sucesso a explosão da bomba".
Por fim, a história explica que Tyler, um produto da imaginação do Narrador, foi levado até um “manicômio”, onde recebeu tratamento psicológico e, posteriormente, recebeu alta. Terminando a saga com o triunfo do governo.
Não sabe-se, porém, se a mudança aconteceu em virtude dos censores chineses ou se os produtores originais do longa decidiram alterá-lo, afinal, segundo a AFP, a prática é comum em Hollywood, que costuma produzir versões alternativas de suas obras para lançá-las no mercado do país, onde esperam lucrar com milhões de consumidores.