Cientistas se reúnem na Nova Zelândia para estudar baleia-de-dentes-de-espada e desvendar segredos de uma das criaturas marinhas mais enigmáticas
Um evento científico extraordinário ocorre na Nova Zelândia. Cientistas e especialistas culturais se reuniram para estudar uma baleia-de-dentes-de-espada, uma das espécies de mamíferos marinhos mais raras do mundo.
"Não consigo descrever o quão extraordinário isso é. Para mim, pessoalmente, é inacreditável", disse Anton van Helden, consultor sênior de ciências marinhas da agência de conservação da Nova Zelândia, em entrevista à AP.
A baleia, encontrada morta em uma praia em julho, é apenas a sétima de sua espécie já avistada. Até então, nenhum exemplar havia sido estudado de forma tão detalhada, e muitas perguntas sobre sua vida e hábitos permaneciam sem resposta. Onde vive? O que come? Como se comporta?
Pode haver parasitas completamente novos para a ciência que vivem apenas nesta baleia. Quem sabe o que descobriremos?", seguiu Helden à AP.
Segundo o G1, a dissecação da baleia é realizada com cuidado e respeito, em parceria com os Māori, indígenas da Nova Zelândia. Para eles, o animal é um "taonga", um tesouro sagrado, e a criatura será tratada com a reverência de um ancestral. A combinação de conhecimento científico e tradição cultural promete oferecer uma visão rica e completa sobre essa espécie.
"De acordo com nossas crenças e tradições, esta baleia é um presente de Tangaroa, divindade do oceano. É muito importante para nós respeitar esse presente e honrar a baleia", disse Tumai Cassidy, do povo local Te Rūnanga Ōtākou, em entrevista à AP.
Os cientistas estão entusiasmados com a possibilidade de fazer descobertas que podem revolucionar nossa compreensão dos oceanos e da vida marinha. A análise do DNA da baleia, por exemplo, pode revelar novas informações sobre sua evolução e sua relação com outras espécies de baleias. Além disso, o estudo de seus órgãos internos pode fornecer pistas sobre sua dieta e seus hábitos de mergulho.
"O que nos interessa não é apenas como esses animais morreram, mas como eles viveram. Ao descobrir como eles vivem, esperamos encontrar descobertas que possamos aplicar de volta à condição humana", disse Joy Reidenberg, uma anatomista da Icahn School of Medicine no Mount Sinai em Nova York, à AP.