Uma nova pesquisa analisou a superfície de esboços do célebre artista com uma tecnologia de sequenciamento genético, descobrindo diversos micróbios
Recentemente, uma equipe de pesquisadores publicou na Frontiers in Microbiology os resultados de um estudo responsável por revelar quais microrganismos ocupavam a superfície das obras de arte de Leonardo da Vinci.
O processo foi realizado através de uma tecnologia recém-desenvolvida pela empresa Oxford Nanopore Technologies, que é capaz de realizar sequenciamentos genéticos a partir de amostras muito pequenas de DNA.
“Em qualquer outro estudo ambiental, você pode ir lá, pode tirar quilos de solo ou litros de água. Mas não podemos tirar amostras. Portanto, temos que conviver com essas pequenas amostras que obtemos para obter todas as informações”, explicou Guadalupe Piñar, microbiologista líder do estudo, em entrevista à revista norte-americana Wired.
Ao analisarem cinco esboços do mestre da pintura, foi possível notar bactérias e fungos, com o primeiro sendo predominante.
Havia microrganismos que habitam o intestino humano, como E.coli e Salmonella, mas também outros que são do intestino de moscas-de-fruta.
“Como os desenhos são conservados, não há como os insetos entrarem e, você sabe, fazerem suas necessidades lá. Não é mais possível. Então você tem que pensar que isso pode ter ocorrido quando os desenhos não eram armazenados como estão agora”, concluiu Piñar à revista.
Entre os diversos materiais de DNA encontrados nas obras de arte, inclusive, existe a especulação que pode estar o do próprio Leonardo da Vinci, embora os especialistas afirmem que seja mais provável encontrar o código genético dos artistas que restauraram as obras no decorrer dos anos.
Sobre Leonardo da Vinci
Considerado o maior símbolo da Renascença, Leonardo Da Vinci se consagrou como um dos maiores artistas que marcaram o fim da Idade Média na Europa.
Com suas pinturas inovadoras e revolucionárias, foi capaz de transmitir toda sua genialidade ao mundo.
Uma curiosidade sobre da Vinci é que, de acordo com o biógrafo Vasari, o artista passava horas — ou até mesmo dias — focado em suas artes, sem perceber o ambiente externo ao seu redor.
Uma vez seu pai teria entrado no ateliê do gênio e se deparou com o filho trabalhando no meio de animais em decomposição.
Leonardo não se importava com o cheiro, nem ao menos percebia os dias passarem, pois ele tinha uma fascinação em observar as reações do corpo.
O artista chegou a dissecar inúmeros corpos de animais e até mesmo humanos para analisar a posição dos ossos, e desta forma compreender o funcionamento dos músculos e tecidos.
Em suma, Da Vinci era um cientista e artista, na mesma proporção, pois dedicou-se a resolver os mistérios do Universo e os enigmas do corpo humano.