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Notícias / Descoberta

Cientistas detectam 1,8 milhão de terremotos 'ocultos' próximos à falha de San Andreas

Desde 2008, a cada três minutos um tremor de terra foi detectado na Califórnia

Letícia Yazbek Publicado em 22/04/2019, às 15h16

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Em 1906, um terremoto de magnitude 7,9 destruiu casas e prédios em parte da Califórnia - Reprodução
Em 1906, um terremoto de magnitude 7,9 destruiu casas e prédios em parte da Califórnia - Reprodução

Após uma meticulosa pesquisa, cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia descobriram que o sul do estado sofreu quase dois milhões de terremotos desde 2008. O estudo foi publicado na revista científica Science.

A região tem os sinais de movimento tectônico e atividade sismológica monitorados regularmente. Ela abriga a falha de San Andreas, que se prolonga por cerca de 1290 quilômetros e marca o limite entre as placas tectônicas do Pacífico e a Norte-americana. Essa falha é conhecida por produzir terremotos devastadores, como o que destruiu a cidade de São Francisco em 1906.

Os pesquisadores analisaram um vasto catálogo de dados e encontraram um total de 1,81 milhão de tremores de terra – o que equivale a 495 por dia ou um a cada 174 segundos. Estimativas anteriores indicavam que havia apenas 180.000 terremotos registrados no período, com um a cada 30 minutos.

São Francisco após o terremoto de 1906 / Reprodução

O aumento do número de terremotos detectados é resultado de um processo demorado e trabalhoso que normalmente é utilizado em projetos de pequena escala.

Os cientistas decifraram sinais de terremotos usando um método conhecido como template matching (algo como “correspondência de modelos”). Esse método utiliza dados de terremotos maiores para fornecer pistas sobre eventos menores em locais específicos. Depois, os possíveis terremotos foram investigados e verificados por meio de sensores próximos antes de serem adicionados à lista.

Dessa forma, a pesquisa detectou terremotos muito pequenos – entre magnitudes de -2 e 1,7 -, que normalmente são difíceis de detectar em meio ao ruído que aparece nos dados sísmicos, como tremores de tráfego de veículos ou construção civil.

“Não é que não soubéssemos que esses pequenos terremotos estavam ocorrendo. O problema é que eles podem ser muito difíceis de detectar em meio a todo o barulho”, diz Zachary Ross, principal autor do estudo.