Dupla afirmou que considerava a mulher "da família" ao tentar justificar atos criminosos
No Brás, bairro da cidade de São Paulo, um casal foi denunciado recentemente pelo Ministério Público Federal (MPF) por ter mantido uma empregada doméstica em regime similar à escravidão durante nada menos que 33 anos.
A vítima cumpria jornadas exaustivas, vivia em condições precárias na residência dos empregadores e chegou a sofrer agressões físicas e constrangimentos morais", apontou o órgão governamental em sua denúncia.
A vítima estava em situação de rua antes de ser 'contratada' pelo casal, tendo sido encontrada por eles em um albergue em 1989. Ela trabalhou para eles sem receber salário, folga ou férias, além de não ter carteira assinada.
Ao serem questionados a respeito da violação dos direitos trabalhistas da mulher, os patrões denunciados afirmaram que consideravam a doméstica como alguém "da família".
A vítima apenas conseguiu sair da situação de escravidão moderna em julho de 2022, conforme informou a CNN. Ela foi ajudada pelo centro de assistência social do Brás, tendo conseguido uma vaga de acolhimento.
Vale apontar ainda que o Ministério Público Federal já sabia sobre seu caso desde 2014, quando fizeram um acordo com a família para que começasse a remunerar a mulher — requerimentos que não foram seguidos.