Apesar de reconhecer os erros do filho, Iracema Cavalcante considera 'injusta' sua condenação à prisão perpétua
A mãe de Danilo Cavalcante, brasileiro que estava foragido nos Estados Unidos, — e que foi capturado nesta quarta-feira, 13, — afirmou em entrevista ao jornal The New York Times que preferia ver seu filho morto a vê-lo se entregando à polícia norte-americana. A declaração foi feita antes da prisão do então fugitivo.
Iracema Cavalcante disse que, considerando a condenação à prisão perpétua, seria melhor que seu filho morresse agora do que enfrentar uma vida na prisão, onde teria que sofrer até o fim. "Não precisa sofrer tanto", lamentou, acrescentando que a trajetória de vida dele o ensinou a viver sozinho e superar adversidades. Ela destacou que "o treinamento dele foi sofrer" e que "ele ia dormir com fome".
Com uma grande operação policial em busca do brasileiro, a mãe admitiu que estaria perdendo as esperanças e enxergava seu filho como alguém já falecido, conforme informações do portal UOL.
Ela também enfatizou que Danilo não representa uma ameaça para ninguém, pois estaria apenas lutando para sobreviver, como fez durante grande parte de sua vida.
De acordo com a fonte, Danilo nunca frequentou a escola e começou a trabalhar como engraxate de sapatos aos cinco anos. Aos sete, já estava trabalhando na lavoura de outra pessoa. Sua mãe explicou que a família era pobre e humilde, mas sempre trabalhadora.
As autoridades da Pensilvânia destacaram que a dura trajetória de vida de Cavalcante provavelmente tornou sua captura muito mais difícil.
Quando questionada sobre os crimes cometidos por seu filho, a mãe não os contestou, mas argumentou que em ambos os casos ele teria sido "encurralado". Ela sugeriu que a ex-namorada do condenado teria ameaçado entregá-lo às autoridades e que o homem que ele matou a tiros em 2017 tinha a intenção de matá-lo primeiro.
"Isso aconteceu? Aconteceu", disse a mãe. No entanto, ela argumentou que esses eventos ocorreram devido à pressão que a ex-namorada exerceu sobre ele e à postura que ela adotou. Ela acrescentou: "Não foi feminicídio. Ele fez obrigado, não teve outra saída."