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Bolsonarista acreditava que extraterrestre ajudaria exército a tomar poder, segundo coronel

Coronel afirmou à CPI dos Atos Antidemocráticos que bolsonaristas acampados no QG do Exército viviam em um “mundo paralelo”

Redação Publicado em 16/03/2023, às 19h25 - Atualizado às 21h12

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Manifestantes invadindo o Palácio do Planalto - Reprodução/Video
Manifestantes invadindo o Palácio do Planalto - Reprodução/Video

Nesta quinta-feira, 16, o ex-comandante de Operações da PMDF, Jorge Eduardo Naime, prestou depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara dos Legislativa do Distrito Federal (CLDF) e afirmou que ouviu de um dos bolsonaristas que acampavam no QG do Exército que extraterrestres ajudariam as Forças Armadas em um almejado golpe de Estado contra o presidenteLula (PT).

Segundo oex-comandante de Operações da PMDF, como repercutido pelo Estadão, as pessoas que estavam acampadas no QG do Exército viviam em um “mundo paralelo”. O depoimento foi realizado na CLDF.

Teve um que me abordou e falou para mim que ele era um extraterrestre, que ele estava ali infiltrado e que assim que o Exército tomasse, os extraterrestres iriam ajudar o Exército a tomar o poder. Eles consumiam só informações deles, era só o que era falado no carro, estavam em uma bolha”, relatou aos parlamentares.

Em decorrência dos atos antidemocráticos, mais de 2 mil pessoas foram presas, segundo um balanço do STF. Após os ataques, Naime também chegou a ser detido, no âmbito da 5ª fase da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal.

8 de janeiro

Jorge Eduardo Naime era um comandante de Operações da PMDF na época da tentativa de golpe. Ele foi dispensado na véspera das invasões porque havia pedido folga; no entanto, ainda assim foi chamado e trabalhou durante os atos.

Ele afirmou, durante o depoimento, não ter participado do planejamento da segurança na Esplanada dos Ministérios no 8 de janeiro. Sobre a situação de que teriam sido empregados somente 200 policiais, todos eles do curso de formação, para atuar no dia dos atos, ele afirmou causar “estranheza”. 

Ele não confirmou o número do efetivo, mas disse que 2.193 policiais militares foram aplicados durante a posse do presidente Lula, em 1º de janeiro, em termos de comparação. De acordo com ele, a informação que chegou na Polícia Militar foi a de que a manifestação seria pacífica e de baixa adesão.

Em documento encaminhado à CLDF consta o número de 200 policiais do curso de formação. O restante da tropa estaria de sobreaviso. O delegado Fernando Oliveira, ex-secretário de Segurança do DF, disse que foi avisado de que o efetivo empregado pela PMDF seria de 600 policiais.

CPI dos Atos Antidemocráticos

A CPI dos Atos Antidemocráticos investiga os ataques golpistas realizados em 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, promovidos por apoiadores do ex-presidenteJair Bolsonaro (PL). 

A Comissão aprovou nesta quarta-feira, 15, a convocação do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), para oitiva.

O general Heleno foi citado várias vezes por alguns dos golpistas que são investigados como alguém que estimulou [os atos]”, disse o autor do requerimento, o deputado federal Fábio Felix (PSOL).