Os dois mundos de Isabel, de Daniela Arbex retrata a trajetória da primeira mulher que foi capaz de criar uma grande rede de solidariedade
Criada no sertão, Isabel Salomão de Campos nasceu em 1924, no interior de Minas Gerais. Da primeira geração de brasileiros de família de imigrantes libaneses, desde pequena, Isabel nunca demonstrou ser igual às outras crianças. Aos 9 anos, passou a ouvir vozes, e aos 14 anos foi autorizada pelo prefeito da cidade a criar uma escola para os filhos dos colonos, onde atuou como professora.
Já na fase adulta, Isabel passou a estudar ainda mais o espiritismo, sendo a primeira mulher a falar abertamente sobre este assunto. Entre preconceitos e críticas, a benzedeira criou outras duas escolas. Além disso, ao longo de sua vida, ajudou mais de 500 crianças a saírem das ruas. Mais tarde fundou a Casa do Caminho, que consistia em um centro de acolhimento para pessoas em zona de vulnerabilidade.
Lançada em agosto deste ano pela editora Intrínseca, a obra Os Dois Mundos de Isabel, escrita pela renomada jornalista investigativa Daniela Arbex, reconstitui a trajetória completa da mulher que rompeu barreiras em sua época.
Conhecida por dar voz aos excluídos, a premiada jornalista dialoga a trajetória desta médium com a de muitas outras pessoas que foram excluídas e esquecidas pela História. Com prefácio de Caco Barcellos ,esta biografia trata-se, sobretudo, de uma narrativa sobre coragem.
“Os dois mundos de Isabel é resultado da imersão de Daniela Arbex na vida de uma brasileira centenária, que alterna duas trajetórias repletas de histórias extraordinárias”, disse Caco Barcellos no prefácio deste livro.
Disponível na Amazon em formato Kindle e capa comum, Os dois mundos de Isabel mostra-se uma leitura essencial, em tempos em que a violência e intolerância religiosa tem se mostrado recorrente.
Confira abaixo um trecho de Os dois mundos de Isabel (2020):
“Quando a sirene tocava, às cinco da tarde, os alunos sabiam que mais um dia terminava na Rua Tenente Luís de Freitas. Não demorava muito e o prédio da Fábrica Escola de Laticínios Cândido Tostes, no bairro Santa Terezinha, em Juiz de Fora, ficava vazio. O burburinho, no entanto, continuava pelos corredores do edifício projetado inicialmente para abrigar uma cadeia pública. Atraídos pela fama da instituição, que funcionava em regime de internato, jovem dos quatro cantos do país e até do exterior — principalmente Paraguai, Chile e Argentina — disputavam uma vaga na escola profissionalizante, onde a disciplina era mantida com rédeas curtas.
A chegada ao dormitório só era tolerada até às dez horas da noite, exatamente o horário em que o bonde da Companhia Mineira de Eletricidade realizava sua última viagem pela linha da Tapera. Quem infringisse as regras corria o risco de ficar sem condução e sem cama quente, o que era um mau negócio, considerando as noites geladas da Zona da Mata, região sudeste de Minas Gerais. Antes de as luzes serem desligadas no quarto dos hóspedes — como os estudantes eram chamados —, eles conversavam e ouviam rádio, cuja popularidade movimentava a vida nacional naquele maio de 1946”.
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