Encontrada em meio à Grande Nuvem de Magalhães, estrela provavelmente tem ao menos 13 bilhões de anos; estima-se que o Universo tenha 13,8 bilhões de anos
No nosso Universo, que se estima ter 13,8 bilhões de anos, existe uma infinidade de planetas, estrelas e outros mistérios astronômicos. Porém, cientistas da Universidade de Chicago identificaram aquela que pode ser uma das estrelas mais antigas conhecidas de todo o Universo.
Publicada na revista Nature Astronomy, a descoberta apontou que, em meio à Grande Nuvem de Magalhães — uma galáxia que orbita a Via Láctea —, podemos encontrar novos detalhes sobre condições de uma época anterior até mesmo à existência do Sol. Isso porque foi identificada uma estrela que teorizam ter, ao menos, 13 bilhões de anos.
É importante compreender que as primeiras estrelas surgiram logo após o Big Bang, mas, naquela época, suas composições eram diferentes. Isso porque elas eram compostas, em geral, por elementos químicos mais leves, capazes de se fundir e se transformar em seus interiores e, após suas supernovas — explosão e fim da vida de uma estrela —, esses elementos eram liberados, e formariam novas estrelas.
É a partir da medição da quantidade desses elementos que os astrônomos, hoje em dia, calculam a idade de uma estrela. Vale mencionar que, como informado em comunicado, menos de uma em cada 100 mil estrelas de nossa galáxia pertence ao que seria uma "segunda geração" de estrelas, logo, a raridade de estrelas cujas composições são ainda mais antigas é bem maior.
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Em busca de entender as condições iniciais de nossa galáxia, os astrônomos envolvidos na descoberta voltaram a atenção para a Grande Nuvem de Magalhães, nossa galáxia vizinha mais próxima. Visível a olho nu no Hemisfério Sul, está destinada a fundir-se conosco dentro de 2,4 bilhões de anos.
Então, durante investigações da galáxia vizinha, os cientistas identificaram 10 estrelas com 100 vezes menos ferro que a maioria, o que já seria um indício de que poderiam ser antigas. Porém, foi uma estrela em especial que se destacou: a LMC-119.
Eu diria que o LMC-119 provavelmente tem pelo menos 13 bilhões de anos", disse Anirudh Chiti, astrofísico da Universidade de Chicago e principal autor do estudo, ao Live Science.
Curiosamente, segundo o Live Science, a LMC-119 possui também muito menos carbono que outras estrelas antigas de nossa galáxia, o que demonstra que a totalidade de diferenças na composição das estrelas e formação da Grande Nuvem de Magalhães pode ser ainda maior.
"É realmente emocionante abrir a arqueologia estelar da Grande Nuvem de Magalhães e ser capaz de mapear com tantos detalhes como as primeiras estrelas enriqueceram quimicamente o universo em diferentes regiões", concluiu Chiti.