Retiradas de terreiros de umbanda e candomblé há 130 anos, as peças devem ser finalmente expostas no Museu da República
Após anos guardadas no Museu da Polícia Civil, mais de 200 peças de religiões de matriz africana devem voltar a ser expostas no Museu da República, na cidade do Rio de Janeiro. A decisão foi feita pela Polícia Civil da capital carioca na segunda-feira, 11.
Todos os itens foram apreendidos pelo Estado brasileiro durante a Primeira República e a Era Vargas, entre 1889 e 1945. Na época, as peças religiosas foram consideradas como parte da "prática do espiritismo, da magia e seus sortilégios".
Dessa forma, cada um dos símbolos afro-brasileiros foram removidos de terreiros de umbanda e candomblé, sempre com respaldo do Código Penal Brasileiro de 1890. Agora, a decisão da Polícia Civil, com mediação do Ministério Público Federal, devolve os importantes artefatos ao público, expondo-os no museu carioca.
Ainda assim, outras problemas devem ser analisados e solucionados. A começar pelo atual nome da exposição, "Coleção Magia Negra", que é considerado difamatório e preconceituoso pelos integrantes das religiões de origem africana.