Justin Welby revelou que um de seus ancestrais possuía pessoas escravizadas em uma plantação na Jamaica e foi indenizado pelo governo após a abolição
O arcebispo da Cantuária, Justin Welby, revelou recentemente que um de seus ancestrais possuía pessoas escravizadas em uma plantação na Jamaica e foi indenizado pelo governo britânico quando a escravidão foi abolida.
Em uma declaração pessoal, Welby reafirmou seu compromisso em enfrentar as duradouras e prejudiciais consequências da escravidão transatlântica, repercute o The Guardian.
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Líder da igreja anglicana global, Welby descobriu que seu falecido pai biológico, Sir Anthony Montague Browne, ex-secretário particular de Winston Churchill, tinha vínculos ancestrais com a escravidão nas ilhas Jamaica e Tobago.
Em 2016, Welby soube que fora concebido devido a um breve relacionamento entre sua mãe e Browne, desvendando que Gavin Welby, com quem sua mãe se casou posteriormente, não era seu pai biológico. Justin Welby nunca teve contato com Browne, falecido em 2013.
De acordo com a declaração do arcebispo, Browne era trineto de Sir James Fergusson, quarto Baronete de Kilkerran e proprietário de pessoas escravizadas na plantação Rozelle em St Thomas.
Fergusson faleceu em 1838 e recebeu parte de um pacote de compensação do governo britânico pela perda de "propriedade" após a abolição da escravidão. O Centro para o Estudo das Heranças da Escravidão Britânica afirma que a plantação Rozelle empregava cerca de 200 pessoas escravizadas no auge e que a família Fergusson dividiu uma compensação de 3.591 libras em 1836, valor que hoje ultrapassaria os três milhões de libras (algo além dos R$ 22 milhões).
Welby não recebeu nenhum benefício financeiro de Browne durante sua vida ou após seu falecimento. O arcebispo tem sido uma voz proeminente no reconhecimento público pela Igreja da Inglaterra dos benefícios históricos provenientes da escravidão transatlântica.