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Aquífero subterrâneo de 6 milhões de anos é descoberto na Sicília, Itália

Quantidade de água no aquífero chega a superar o dobro da existente no Lago Ness, na Escócia, e pode ser solução para crise hídrica na região

Redação Publicado em 09/12/2023, às 09h29

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Ilustração representando aquífero no subsolo na Itália - Reprodução/INGV
Ilustração representando aquífero no subsolo na Itália - Reprodução/INGV

Em novembro, pesquisadores italianos descobriram, graças a análise de poços de petróleo profundos análise de poços de petróleo profundos do subsolo, uma grande "piscina fóssil", um aquífero de 6 milhões de anos, sob uma cordilheira em Sicília, na Itália. O achado foi descrito no dia 22 de novembro em publicação na revista Communications Earth & Environment.

Conforme descrito pela Revista Galileu, a Formação Gela — a cordilheira sob a qual está o aquífero — já é conhecida por ser um reservatório de petróleo que contém vários poços profundos. Então, utilizando-se de dados públicos acerca dos poços, as reservas de água subterrâneas também puderam ser investigadas.

Com os estudos, os pesquisadores estimam que o aquífero possua cerca de 17,5 km³ de água dentro dele, o que não só impressiona, por ser mais que o dobro do que contém o Lago Ness, na Escócia, como também alimenta esperanças de que ele se torne a solução para a seca na região. 

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Como se formou?

Para tentar explicar como se deu a formação do aquífero, pesquisadores afirmam que possivelmente a água doce ali existente ficou presa no subsolo durante a crise de salinidade Messiniana, quando o mar Mediterrâneo secou depois da elevação do leito oceânico ao redor do Estreito de Gibraltar, o que isolou o mar.

Em comunicado, o geocientista Lorenzo Lipparini, pesquisador da Universidade de Malta e colíder do estudo, conta que o nível do mar Mediterrâneo chegou a ficar 2,4 metros abaixo do atual, há 6 milhões de anos. Assim, foram criadas "condições favoráveis à infiltração da água da chuva e à acumulação e conservação desse precioso recurso hídrico subterrâneo."

O depósito de água, no caso, se acumulou em uma camada de rochas carbonáticas, que servem como "uma espécie de esponja, onde os fluidos estão presentes nos poros entre as partículas rochosas," explicou Lipparini em email ao Live Science.

Agora, os geocientistas esperam que a água doce recém-descoberta possa ser bombeada para lidar com a crise hídrica que vem sofrendo a Sicília. "Graças aos resultados alcançados, agora será possível tentar identificar possíveis novas acumulações também em áreas como Marrocos, Tunísia, Egito, Líbano, Turquia, Malta e Chipre, para citar alguns", pontua o pesquisador, por fim.