Entre fevereiro e março, município de Brasiléia enfrentou a maior enchente de sua história, e agora prefeitura espera mudar cidade de lugar
Entre o fim de fevereiro e começo deste mês de março, a cidade de Brasiléia, no Acre, localizada na região da fronteira com a Bolívia, enfrentou a maior enchente de sua história. Após ter 75% de sua área alagada, agora autoridades pedem a realocação das construções para uma nova área, mais elevada.
O novo alagamento superou aquele que era considerado o maior até então, ocorrido em 2015. Porém, nos últimos anos as cheias vêm ficando mais comuns, e afetam cada vez mais a população de Brasiléia.
Infelizmente, essas mudanças climáticas não são mais fenômenos de longo espaço de tempo. Praticamente todo ano [uma cheia] virou realidade. Eu não queria dizer isso, mas é a quarta enchente em Brasileia em 12 anos. E cada uma vem em proporção muito maior que a anterior", disse a prefeita Fernanda Hansemm (PP) a Carlos Madeiro em reportagem ao UOL.
O governador do Acre, Gladson Camelli, também defende a ideia de remanejar as edificações da área alagável de Brasiléia: "A gente precisa colocar a pedra fundamental da cidade em uma parte alta, se não, daqui a 11 meses voltamos ao mesmo cenário. O poder público não tem condições de conviver com isso. Vamos fazer esse apelo ao presidente Lula para que a gente consiga avançar."
+ O Abismo: Veja curiosidades sobre a cidade que será movida e inspirou filme da Netflix
Atualmente, o Acre é palco de 19 das 22 cidades em situação de emergência recente, devido às cheias do rio Acre. Nelas, foram montados 97 abrigos públicos, que já receberam quase 10 mil pessoas; além destas, ainda há mais de 17 mil pessoas desalojadas, que buscaram refúgio junto a familiares ou amigos.
Brasiléia, porém, enfrentou uma série de dramas extras. Isso porque a força da água destruiu 20 pontes, o que a deixou isolada por via terrestre, além de sem água encanada e sem energia em vários momentos.
A ponta que liga a cidade ao município vizinho de Epitaciolândia, a única saída terrestre para o restante do Brasil, foi fechada por conta da água, e agora a única pista terrestre disponível para deixar a cidade a conecta a Cobija, na Bolívia, tornando Brasiléia uma cidade praticamente isolada do restante do Brasil, atualmente.
+ Enchente em região da China faz com que mais de 70 crocodilos fujam de fazenda
"A cidade tem de se preparar para as mudanças que chegaram. Vamos colocar toda nossa equipe para trabalhar na área de engenharia, analisar ponto por ponto o que foi repassado pelo governo federal, para montar o plano de reconstrução de Brasiléia", pontua, por fim, Fernanda Hansemm.