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Notícias / Arte

Após 70 anos de mistério, pintura inédita de Van Gogh é exposta no Japão

Criada em 1882, a tela foi exposta e fotografada poucas vezes antes de ser esquecida em meados de 1950 — e redescoberta em 2020

Pamela Malva Publicado em 19/07/2021, às 12h00

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Autorretrato de Van Gogh - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons
Autorretrato de Van Gogh - Domínio Público/ Creative Commons/ Wikimedia Commons

Em 1882, o ilustre pintor holandês Van Gogh criou uma obra intitulada ‘O Prado de Van Gogh, com Igreja Nova ao Fundo’. Desde então, a pintura passou por diversos donos e foi exposta uma única vez, em meados de 1903. Agora, após anos esquecida, a tela foi revelada novamente pelo Museu de Arte Moderna de Saitama, no Japão.

Composta por Van Gogh enquanto ele morava com sua então namorada Sien Hoornik, na região de Schenkweg, na Holanda, a tela havia sido fotografada apenas algumas vezes, mas em preto e branco. Foi apenas na última sexta-feira, 16, que o site The Art Newspaper publicou uma imagem da pintura em cores pela primeira vez.

Escrita por Martin Bailey, a reportagem em questão ainda revela a trajetória enfrentada pela obra de Van Gogh até chegar ao museu japonês. Nesse sentido, depois de ser criada pelo holandês, a tela viajou com o pintor para a casa de seus pais, em 1884. 

Dois anos mais tarde, quando Van Gogh mudou-se novamente, a tela ficou esquecida em um caixote, junto de diversos outros trabalhos do pintor. Em 1886, quando a mãe do pintor saiu da vila onde ela morava, o caixote foi deixado no porão de um vizinho.

Fotografia em preto e branco da obra de Van Gogh / Crédito: Divulgação/ 

Trabalhando como carpinteiro, Adrianus Schrauwen lembrou do caixote apenas alguns anos depois e as vendeu tanto as criações de Van Gogh, quanto alguns itens de cozinha por apenas 4 xelins britânicos (cerca de 15 libras esterlinas na cotação atual).

Mais tarde, Johannes Couvreur vendeu as pinturas novamente, dessa vez por alguns centavos. Kees Mouwen, então, repassou as telas para Margareta Oldenzeel, uma negociadora de arte. Foi a mulher quem identificou as raridades que tinha em mãos.

A obra inédita foi exposta mais três vezes depois disso e, em 1903, foi vendida por 105 florins (cerca de 9 libras esterlinas). Passando por outros três colecionadores, a pintura foi esquecida em meados de 1950. Sua trajetória é desconhecida desde então.

Em setembro de 2020, contudo, um colecionador japonês, provavelmente chamado Katsushige Susaki, adquiriu a obra e a emprestou para o Museu de Arte Moderna de Saitama, onde ela será finalmente exposta para o público no acervo da instituição.


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