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Notícias / Holocausto

Aos 95 anos, ‘vovó nazista’ volta a ser julgada em caso de negação do Holocausto

A mulher se tornou influente no país por ter criado um centro educacional de extrema direita junto do marido, ex-integrante do Partido Nazista

por Isabelly de Lima

Publicado em 10/06/2024, às 12h51

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Ursula Haverbeck, a "vovó nazista" - Getty Imagens
Ursula Haverbeck, a "vovó nazista" - Getty Imagens

A figura controversa de Ursula Haverbeck, conhecida como "Vovó Nazista" pela imprensa alemã, voltou a ser julgada na última sexta-feira, 7, por um tribunal de Hamburgo por incitação ao ódio. Aos 95 anos,Haverbeck é reincidente em crimes relacionados à negação do Holocausto, já tendo sido condenada no passado por suas declarações mentirosas e ofensivas.

O julgamento atual é parte de um recurso contra sua condenação anterior, em 2015, quando foi sentenciada a 10 meses de prisão sem direito a liberdade condicional. Na ocasião, Ursula minimizou o horror do Holocausto, afirmando que Auschwitz, um dos campos de concentração nazistas mais notórios, não era um local de extermínio, mas sim um mero campo de trabalho.

Em entrevistas posteriores, de acordo com o UOL, ela reiterou suas falsas alegações, negando veementemente o massacre de milhões de pessoas, principalmente judeus, durante o regime nazista.

As declarações de Haverbeck, que já a colocaram em apuros com a Justiça diversas vezes ao longo dos últimos 20 anos, são consideradas extremamente graves e perigosas. Em um dos julgamentos anteriores, ela chegou a chamar o Holocausto de "a maior e mais sustentada mentira da História", demonstrando total desrespeito pelas vítimas e seus familiares, além de alimentar o discurso de ódio e a proliferação de ideias extremistas.

Crime no país

A negação do Holocausto é crime na Alemanha, punido com multa ou até cinco anos de prisão. O julgamento de Haverbeck deve seguir nos próximos dias, com a expectativa de uma nova condenação.

Ao lado de seu falecido marido, Werner Georg Haverbeck, membro ativo do Partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, ela fundou e dirigiu um centro educacional de extrema-direita chamado Collegium Humanum, servindo como um epicentro de doutrinação nazista durante anos.

É válido ressaltar que o Holocausto foi um evento real e horrível que resultou na morte de milhões de pessoas, e que negar sua existência significa negar a história e a dor de milhões de inocentes.